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Disputas políticas e cansaço após um ano de pandemia alimentam um deslockdown

Nas próximas semanas devem surgir efeitos da volta às aulas em alguns estados e de medidas restritivas mais duras em outros

 (Marzio Toniolo/Reuters)

(Marzio Toniolo/Reuters)

Mariana Martucci

Mariana Martucci

Publicado em 5 de março de 2021 às 20h12.

No Distrito Federal, o governo decidiu pela volta às aulas presenciais nas escolas e pela reabertura das academias (leia). Em Manaus (AM), cidade que semanas atrás atraiu a atenção pela trágica falta de oxigênio para os pacientes graves internados nos hospitais, a mesma coisa (leia).

Nas próximas semanas veremos se as decisões foram prudentes e se o sistema hospitalar em ambas as capitais está preparado para receber o impacto.

Em São Paulo, caminhoneiros bloquearam importantes estradas e vias urbanas protestando contra o endurecimento das medidas restritivas (leia). Ainda foi um movimento limitado, mas nada indica que não possa se repetir em escala ampliada.

Até porque reflete uma disputa mais no terreno da política que da economia. De um lado, os caminhoneiros apoiadores de Jair Bolsonaro. Do outro, o governador João Doria, que a pandemia e a corrida para 2022 colocaram no canto oposto do ringue.

Dois fatores dificultam a entrada e saída organizada de lockdowns país afora. Um é a disputa política entre o presidente da República e governadores, cada vez mais fora de controle. Outro é o cansaço da população. E o crescimento deste coloca lenha na fogueira daquela.

O vírus agradece.

* Alon Feuerwerker é analista política da FSB Comunicação

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