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Publicado em 5 de dezembro de 2025 às 13h00.
Os Diretores de Tecnologia brasileiros, os chamados CTOs, têm um problema: o segundo maior desafio deles é equilibrar inovação com resultados de curto prazo, mas apenas seis em cada dez empresas destinam apenas 20% do orçamento para projetos de inovação.
É um cenário contraprodutivo o que a pesquisa “CTO Insights 2025”, da Impulso, aponta. O estudo, que entrevistou 100 Diretores de Tecnologia e líderes sênior em tecnologia também constatou que:
"A distância entre ambição e realidade orçamentária obriga os CTOs a repensarem completamente suas estratégias. Entre escolher inovar ou manter as operações, há a necessidade de fazer as duas coisas simultaneamente, porém tendo em mãos apenas uma fração do que seria ideal", explica o CEO da Impulso, Sylvestre Mergulhão.
Em um país onde a transformação digital já superou o papel de diferencial competitivo para se tornar questão de sobrevivência, as empresas se veem pressionadas entre a necessidade urgente de inovar e a realidade de orçamentos cada vez mais enxutos.
A situação é agravada pela necessidade de manter sistemas legados que frequentemente consomem a maior parte dos recursos disponíveis, além da volatilidade econômica e da pressão por resultados imediatos dos acionistas.
O estudo, conduzido no primeiro semestre deste ano, revela que os líderes de tecnologia brasileiros precisam fazer verdadeiros "malabarismos" para impulsionar a transformação digital com recursos limitados.
Na prática, isso significa que a inovação deixou de ser uma questão de investimento massivo para se tornar um exercício constante de foco, priorização estratégica e criatividade na alocação de recursos.
Para enfrentar esse cenário desafiador, os CTOs brasileiros desenvolveram um perfil singular:
Esse líder multifacetado precisa ser capaz de transitar entre o universo técnico e o universo executivo, traduzindo necessidades técnicas em valor de negócio, frequentemente com recursos aquém do necessário.
"Uma empresa realmente tem um diferencial competitivo quando estratégia e talento caminham juntos. Mas para isso acontecer, é preciso encontrar modelos alternativos de acesso à expertise, seja por meio de parcerias estratégicas, outsourcing qualificado ou desenvolvimento interno acelerado", complementa Mergulhão.
Diante deste cenário a terceirização, ou outsourcing, emerge como solução estratégica. A pesquisa mostra que 58,6% das empresas adotam o modelo em ritmo gradual, buscando principalmente qualidade técnica dos profissionais (63,2%), seguida por custo (42,5%) e fit cultural (32,2%).
Os números revelam também uma mudança de mentalidade. O outsourcing não é mais visto apenas como ferramenta de redução de custos para se tornar meio de acesso rápido a expertise especializada, reduzindo o tempo médio de contratação de 30-60 dias (modelo CLT tradicional) para 5-15 dias em modelos como Talent as a Service.
"Não há inovação sem pessoas preparadas. O principal desafio dos CTOs é conciliar velocidade, qualidade e escassez de talentos, estruturando formas de desenvolvimento e retenção que garantam impacto estratégico de longo prazo. O outsourcing bem-feito não substitui a equipe interna, ele a potencializa", conclui Sylvestre Mergulhão.