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Depoimento de executivo da Pfizer indica que faltou senso de urgência

Oposição na CPI vai encontrando elementos para se munir, antes de ouvir o ex-ministro da Saúde

Cpi da Covid: Osmar Aziz e Renan Calheiros (Edilson Rodrigues/Agência Senado)
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Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2021 às 21h20.

Por Alon Feuerwerker*

O depoimento hoje do executivo da Pfizer trouxe mais concretude aos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito. O debate ficou bem organizado. O governismo luta pela narrativa de que o Planalto não poderia ter se antecipado à definição do arcabouço legal necessário para a aquisição da vacina do laboratório americano. Já a oposição sustenta que houve descaso e omissão, e que isso atrasou em alguns meses o início da aplicação do imunizante aqui no Brasil.

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O argumento oposicionista foi reforçado por pelo menos três países da América Latina, México, Chile e Costa Rica, terem iniciado a vacinação com a Pfizer BioNTech ainda em dezembro do ano passado. Aliás, imediatamente depois da aprovação do uso pela agência norte-americana. Ou seja, o Brasil não ficou atrás apenas de nações do chamado primeiro mundo, mas inclusive de países da nossa região e, como é o caso de México, da mesma ordem de grandeza geopolítica.

Com o detalhe de que o México tem um governo de esquerda, e o Chile, um de direita. Ou seja, não parece haver uma clivagem político-partidária-ideológica. Tratou-se aparentemente de diferentes abordagens. Ou de diferentes sensos de urgência. Houvesse a sensibilidade sobre a urgência, talvez o governo pudesse ter encaminhado a negociação comercial em paralelo com as medidas jurídico-administrativas, para que quando a vacina estivesse disponível encontrasse um arcabouço legal pronto.

CPIs são assim, os caçadores vão tateando até encontrar um ponto de apoio e estarem aptos a relembrar Arquimedes, com o seu "deem-me um ponto de apoio e moverei o mundo". A expectativa agora é para o depoimento do general ex-ministro da Saúde, que deverá enfrentar senadores já munidos de elementos para criar problemas a ele e ao seu ex-chefe. Isso se o inquirido não recorrer ao direito de ficar em silêncio.

*Alon Feuerwerkeré analista político da FSB Comunicação

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