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Devoluções de escritórios de alto padrão voltam a subir no RJ e em SP

Dados retirados de levantamento da Newmark mostram que a taxa de vacância voltou a aumentar

Absorção líquida foi negativa em 10,5 mil m² (Getty Images/Getty Images)
Bússola

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Publicado em 3 de maio de 2023 às 20h20.

Última atualização em 3 de maio de 2023 às 20h41.

O ano começou com resultados pouco promissores para o mercado de escritórios de alto padrão do Rio de Janeiro. No primeiro trimestre, houve queda na atividade de locação, a absorção bruta fechou inferior ao período anterior (de 34 mil para 14 mil m²) e as devoluções, que haviam arrefecido, superaram as novas transações, resultando em redução do volume de estoque ocupado. Os dados constam do mais recente levantamento da consultoria imobiliária Newmark. A absorção líquida foi negativa em 10,5 mil m². Assim, a taxa de vacância, que estava em tímida queda desde meados de 2021, voltou a aumentar, fechando em 34,11% (vs. 33,66% no trimestre anterior).

Com exceção do Flamengo/Glória e Centro, todas as regiões pesquisadas registraram absorção líquida negativa, ou seja, queda no volume de espaços ocupados. “O setor que mais devolveu espaços neste trimestre foi o de serviços (51%), principalmente do segmento de tecnologia, consultoria e auditoria e da indústria de óleo e gás”, afirma Mariana Hanania, diretora de Pesquisa e Inteligência de Mercado da Newmark.

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O preço pedido médio no Rio de Janeiro fechou em R$ 74,90, praticamente estável em relação ao trimestre anterior R$ 74,47/m²/mês. Considerando as principais regiões de escritórios (CBD), a média ficou em R$ 74,42. As regiões mais valorizadas para locação seguem sendo zona sul (R$ 150/m²/mês), Botafogo (R$ 122,3/m²/mês) e Porto Maravilha (R$ 79,03 m²/mês).

Em São Paulo, as ocupações de grandes bancos em prédios de alto padrão da cidade sofreram redução no primeiro trimestre. “Esse movimento de devoluções por parte dos bancos, que foi intenso durante a pandemia, já era previsto para voltar a acontecer, era uma questão de tempo para elas se consolidarem”, afirma a diretora da Newmark.

Contribuíram ainda para o aumento deste volume, a devolução total de importante multinacional de tecnologia de sua antiga sede, assim como a redução de dois de seus 11 andares de sua nova sede. As devoluções, arrefecidas ao longo de 2022, voltaram a subir e, apesar da intensa atividade de locação, resultaram em uma pequena queda no volume de espaço ocupado. A absorção líquida foi de -10,7 mil m² nas regiões pesquisadas. As transações de locação aumentaram 73% no trimestre, totalizando 94 mil m².

O setor de serviços foi predominante nas novas locações no 1º trimestre, especialmente do segmento financeiro/investimentos e tecnologia, seguido pela indústria farmacêutica.

A taxa de vacância fechou praticamente estável em 24% (vs. 23,8%), já que não houve entrega de novos empreendimentos no trimestre. Na comparação anual, a vacância também se manteve praticamente estável. Apesar do arrefecimento do novo estoque previsto para 2023, o volume ainda é alto (211 mil m²) e poderá elevar a taxa de vacância, se concretizado.

O preço pedido médio de locação considerando todas as regiões de São Paulo tem sofrido pouca oscilação e fechou em R$ 89,18/m²/mês (vs. R$ 88,64/m²/mês no 4º trim.). Neste trimestre, a região de mais alto preço pedido médio foi o Itaim, cuja média de preço pedido fechou em R$ 222/m²/mês (vs. R$ 139) devido ao aumento da oferta vaga em edifícios valorizados que estavam ocupados. Na Faria Lima, a média de preço pedido fechou em R$ 200/m²/mês (vs. R$ 179) e, em seguida, temos a JK, com R$156/m²/mês.

2023 pode ser um ano promissor com um aumento ainda maior da confiança dos proprietários, sobretudo se as projeções de aumento de PIB e demais fundamentos econômicos resultarem em uma recuperação da atividade. Entretanto, não se pode deixar de considerar os desafios de uma eventual desaceleração da demanda, tendo em vista os elevados riscos de uma recessão global e o cenário interno altamente incerto.” O futuro das políticas fiscais e as diretrizes do novo time econômico do governo seguem trazendo dúvidas que refletirão na economia do país e, por sua vez, nas tomadas de decisão das empresas e no mercado de escritórios”, diz Hanania.

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