Bússola

Um conteúdo Bússola

Como esta startup ajudou um banco a descobrir fraude e poupar R$ 6 milhões

Plataforma permite identificar fraudes de identidade e comportamento suspeito de usuários para se antecipar aos crimes

Com IA para identificar padrões de comportamentos suspeitos, empresa diminui os riscos em operações que envolvem autenticação por voz. (Reprodução/Reprodução)

Com IA para identificar padrões de comportamentos suspeitos, empresa diminui os riscos em operações que envolvem autenticação por voz. (Reprodução/Reprodução)

B

Bússola

Publicado em 31 de janeiro de 2022 às 17h30.

A facilidade em encontrar informações privadas na internet e os problemas de vazamento de dados, contribuem para que fraudadores ataquem diversas empresas do mercado através da engenharia social. Para resolver essas questões, a Minds Digital, IDTech especializada em biometria de voz, utiliza inteligência artificial para identificar padrões de comportamentos suspeitos em tempo real e diminuir os riscos em operações que envolvem autenticação por voz.

De acordo com Marcelo Peixoto, CEO da Minds Digital, é por meio da inteligência artificial que a IDTech realiza um processo de biometria para autenticar o usuário usando a sua própria voz. “Em até três segundos a voz é validada e os resultados são apresentados em tempo real para o atendente da empresa, através da integração com o CRM”, afirma.

Além da análise biométrica, segundo o CEO, é realizado um mapeamento de comportamentos suspeitos, como casos de clientes que ligam de DDDs ou telefones diferentes para falar de um único CPF, ou a mesma voz ligando para falar de CPFs distintos.

Desse modo, com a plataforma integrada ao call center, as ligações recebidas são repassadas para o API da Minds, bem como para o sistema de gestão interna da empresa que utiliza a biometria de voz. Ao identificar um comportamento suspeito, a plataforma notifica o time de prevenção a fraudes e oferece um histórico de operações e insights para que o time responsável possa investigar e decidir qual decisão tomar.

“Alguns preferem abrir a flag e travar as operações do call center, bloqueando ações como alteração dos dados cadastrais ou a emissão da segunda via do cartão de crédito”, diz Peixoto.

O processo de autenticação tradicional é muito fraco para validar a identidade de um cliente. Além de levar quase duas horas para ser concluído, acaba sendo a porta de entrada para ataques fraudulentos. Para Marcelo, o modo como a empresa opera permite não somente a identificação de uma operação suspeita, mas também otimiza o tempo no atendimento, oferecendo para as empresas a redução dos custos operacionais e do tempo médio de atendimento, garantindo para o cliente agilidade no atendimento e segurança.

O método utilizado pela startup cria a representação imagética do que seria a voz da pessoa e a compara com outras vozes do banco de dados colaborativo, para identificar quem está falando. Essa representação é abstrata e funciona apenas para o modelo da IDTech, que consegue comparar as interpretações e dizer o quão similares elas são.

Em contrapartida, ela é passada para um formato de imagem, conhecido como espectrograma de áudio, que permite definir quais frequências estão sendo ativadas. Ao determinar essa sonoridade, o sistema capta o timbre de voz e analisa as demais características específicas.

Foi utilizando a tecnologia da Minds que, dentre as mais de 20 mil ligações diárias para o call center, o Banco Bmg descobriu a atuação de duas quadrilhas e conseguiu prevenir mais de R$ 6 milhões em fraudes. A plataforma permitiu identificar o modus operandi dos criminosos e notificar o time de prevenção, possibilitando uma apuração mais detalhada na tomada de decisão.

Para conseguir identificar as ligações realizadas a partir de gravações, a IDtech treinou uma rede neural específica com áudios em mp3, obtendo 94% de precisão na análise das ligações recebidas no call center do Bmg. Pensada para ser um SaaS, a plataforma foi projetada para exigir o mínimo possível de esforço do atendente das centrais, com usabilidade simples e que não precise de um treinamento específico. Com isso, as empresas conseguem operar sozinhas de forma rápida e prática.

Segundo a Minds, sua inteligência artificial é utilizada constantemente para acompanhar a evolução das táticas usadas pelas quadrilhas, além de garantir uma melhor experiência para os usuários.

“Nós estamos sempre aprimorando nosso produto para garantir que a experiência com a inteligência artificial seja cada vez mais humanizada e personalizada para cada cliente. Nosso objetivo é melhorar a experiência do usuário, tendo como base a segurança e confiança no serviço”, afirma Peixoto.

A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas aponta que seis em cada dez consumidores sofreram alguma fraude financeira entre julho de 2020 e julho de 2021, enquanto do outro lado das telas estão as seguradoras, operadoras de celular e bancos. Segundo dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), as fraudes bancárias aumentaram 165% no primeiro semestre de 2021 em comparação ao mesmo período de 2020.

Siga a Bússola nas redes: Instagram | LinkedInTwitter | Facebook | Youtube

Acompanhe tudo sobre:BancosInteligência artificial

Mais de Bússola

Creator Economy: 5 passos para ter uma parceria de sucesso com criadores de conteúdo

Bússola & CIA: Drogaleste consolida expansão de sua rede

Marco Yamada: o papel da IA na revolução dos serviços de seguros

Gestão Sustentável: o meio do caminho e as luzes no fim do túnel