Como construir uma cultura focada em pessoas?
É preciso oferecer transparência e oportunidades, que surgem quando olhamos atentamente para as necessidades individuais em conjunto com as coletivas
Bússola
Publicado em 30 de janeiro de 2022 às 13h26.
Por Marcela Zaidem*
Para alcançar sucesso na gestão de pessoas, não podemos esquecer o principal: estamos lidando com seres humanos, com suas expectativas e frustrações. Ao longo da minha carreira, vivi inúmeras experiências, nas mais diversas áreas de atuação, e em todas identifiquei a mesma dor: falta de visibilidade e transparência quando o assunto envolve feedbacks e desenvolvimento profissional, por exemplo.
Entendi então que é necessário olhar o ciclo de um(a) colaborador(a) de forma 360, acompanhando a pessoa desde o momento de sua entrada até a sua saída — que muitas vezes é um assunto restrito, um tabu.
Assim, juntamente com o time de People da Hash, definimos como premissa, em todos os processos que desenvolvemos e revisamos, a construção de maneira colaborativa, onde as pessoas pudessem se sentir à vontade para falarem sobre as suas dores, dúvidas e percepções. Afinal, é possível tratar de assuntos ligados a pessoas de forma leve e atrativa —até mesmo aqueles mais controversos.
E é isso que fazemos na Hash. Quando assumi a área como Head de People, notei o quão importante era acompanhar e orientar o desenvolvimento profissional de cada um. Foi por isso, inclusive, que criamos a “Jornada Hasher”: baseada no princípio cultural da transparência, através da Jornada, compartilhamos toda a trajetória profissional de uma pessoa na Hash — que inclui até mesmo etapas que antecedem a sua chegada ao nosso time.
Para garantir esse acompanhamento próximo e humanizado do desenvolvimento da carreira das pessoas da Hash e de suas entregas, dividimos a área em cinco times: Atração de Talentos, Facilities, Diversidade & Inclusão, Desenvolvimento & Performance e Remuneração & Benefícios. Além disso, transformamos o processo seletivo em uma via de mão dupla — avaliamos os candidatos e nos deixamos ser avaliados.
A história de um(a) Hasher começa, resumidamente, com o time de Atração de Talentos, que permite às pessoas candidatas, durante o processo seletivo, vivenciarem o dia a dia de trabalho, a cultura e como nos relacionamos.
Uma vez contratado(a), o time de Facilities guia os primeiros passos do(a) novo(a) colaborador(a) e que também passa pelo processo de Onboarding, que facilita o entendimento da nossa cultura e o acolhimento da nova pessoa da Hash.
Depois, a equipe de Desenvolvimento & Performance é responsável por ajudar nossos(as) Hashers nos alinhamentos de expectativa entre líder e liderado relacionados aos objetivos e projetos que essa pessoa terá ao entrar e o que ela precisa se desenvolver, na realização de treinamentos, na construção dos objetivos estratégicos da empresa e por olhar atentamente para o propósito e o desenvolvimento individual de cada Hasher. Esse olhar mais cuidadoso é reforçado através de ciclos bem definidos de feedbacks e avaliações para todos os colaboradores, sejam eles gestores ou não.
Paralelo a isso, temos o time de Diversidade & Inclusão. Colocar pessoas em primeiro lugar é gerar oportunidades em equidade para todes e, para isso, é preciso representatividade e conscientização. Uma liderança dedicada exclusivamente para isso, com olhar atento e boas parcerias, é a chave para evoluir a nossa cultura inclusiva.
Por fim, temos a equipe de Remuneração & Benefícios, que está sempre atenta para garantir que a remuneração oferecida seja compatível com o mercado e que os(as) colaboradores(as) tenham acesso aos melhores e mais diferenciados auxílios e benefícios.
Enquanto profissional da área de Pessoas, acredito fortemente na cultura do compartilhamento e na evolução por meio de feedbacks. Benefícios e um bom salário ajudam sim na atração de talentos, mas para retê-los é preciso oferecer transparência e oportunidades, que só surgem quando olhamos atentamente para as necessidades individuais em conjunto com as coletivas.
*Marcela Zaidem é Chief People Officer na Hash, fintech do setor de meios de pagamento
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