CFO: Veja as prioridades para 2022 e monte a estratégia certa
Uma das funções do Chief Finance Officer (CFO) é liderar a tomada de decisão a partir da análise dos dados, contribuindo para o alcance dos objetivos
Bússola
Publicado em 19 de janeiro de 2022 às 19h36.
Por Denise Seiler*
A KPMG, em sua pesquisa anual para 2022, aponta que a confiança da sociedade está altamente atrelada à gestão financeira, principalmente aos relatórios cada vez mais minuciosos e transparentes produzidos pela área de finanças. David Linke, um dos líderes globais da consultoria, afirma que os sistemas tributários, a reputação e a estrutura financeira nunca foram tão valorizados.
Consultando as principais consultorias e revistas de negócios do mundo, pude perceber algumas prioridades para o CFO em 2022:
Relacionamento ou parcerias de negócios: A pesquisa Global de CFO de 2021, da Accenture, mostrou que 88% dos CFOs adotaram o papel de “arquiteto de valor empresarial” no último ano, introduzindo métricas que aumentaram a influência da área financeira em outros times. Os líderes financeiros desenvolveram habilidades sociais e aprimoraram suas técnicas de influência, motivando as equipes a corresponderem às necessidades do negócio. Segundo o estudo, tais técnicas devem se manter neste ano.
Outro ponto que observei é a relação das finanças com as áreas de tecnologia. Omar Choucair, CFO da Trintech, em artigo publicado pela Forbes, destaca que o CFO e o Chief Information Officer (CIO), ou Diretor Executivo de Informação em português, devem trabalhar juntos para “gerar valor dentro de uma organização, permitindo que as dores operacionais sejam resolvidas”.
Para Choucair, os benefícios de se remover silos operacionais, ou seja, eliminar sistemas isolados, vão desde a melhoria dos processos financeiros até a condução do engajamento dos funcionários.
Os CFOs também devem se atentar à contratação e retenção de profissionais qualificados, estimulando técnicas de desenvolvimento pessoal. A Harvard Business Review destaca o trabalho híbrido como uma das vias para enfrentar o estresse corporativo, ajudando a manter o capital humano, o que impacta positivamente os resultados financeiros.
Fator relevante a se analisar neste momento em que muitas empresas avaliam retornos presenciais aos escritórios.
ESG: Tópico bastante em evidência, a sigla ESG (abreviação para Environmental, Social and Governance), é cada vez mais comum entre CFOs e líderes financeiros que devem demonstrar, com transparência, os gastos com sustentabilidade em suas empresas. A agenda sustentável impacta as receitas de uma empresa, seus custos operacionais, projeções e também as despesas de capital ou investimento em bens de capital (capex). Cabe ao CFO compreender cada vez mais os reflexos das políticas em ESG na competitividade e regulamentação da empresa. Supply chain e o desafio da escassez de commodities: 2021 foi um ano com alta inflacionária e escassez de matéria-prima. As interrupções na cadeia de suprimentos exigiram que os CFOs atuassem rapidamente na proteção do caixa das empresas. Neste ano, os CFOs devem se manter atentos na busca por previsibilidade do acesso às commodities e como se precaver em casos de alta excessiva. Uma relação de parceria com os fornecedores, inclusive com renegociações e renovações contratuais, é recomendável nesse processo. Computação nas nuvens e SaaS: A revista Forbes destaca que, durante 2020 e 2021, a computação em nuvem explodiu à medida que os negócios se adaptaram à pandemia global, concentrada na entrega de serviços digitais e no trabalho virtual.
Segundo a publicação, em 2022 ocorrerá uma rápida continuação do uso da nuvem. Dessa maneira, empresas não precisam investir em servidores particulares, podendo contar com atualizações constantes.
A computação nas nuvens junto aos aplicativos SaaS estão à disposição dos serviços financeiros. Seu uso acelera as obrigações do dia a dia e oferece acesso rápido aos resultados das empresas. Dessa maneira, o CFO agiliza sua rotina, podendo trabalhar de qualquer lugar, com segurança.
Renovação e ampliação das competências digitais: O Gartner, companhia mundial em pesquisa e aconselhamento para empresas, no artigo “Transformação digital das finanças: dez estratégias para CFOs”, destaca que a liderança financeira precisa desenvolver habilidades digitais para toda a equipe.
Boa parte delas, envolvem novas tecnologias que aparecem a todo instante e trazem mudanças profundas ao trabalho.
O desenvolvimento dessas habilidades digitais é urgente e estimula que o CFO aprimore suas apresentações de resultados. O domínio das tecnologias e análise dos dados, somados a plataformas que permitem dashboards ilustrativos e animados, fazem do líder financeiro um verdadeiro storyteller.
Sabemos que o papel da área financeira está evoluindo a cada ano, e após uma rápida aceleração digital, os CFOs ainda devem se adaptar para mais inovações tecnológicas em 2022, sempre aptos a aprender e estimular novas habilidades em seu time. O desempenho simultâneo de papéis técnicos e humanizados levam o CFO a ser um líder indispensável, agregando valor aos negócios e contribuindo eficientemente na tomada de decisão.
*Denise Seiler é Chief Finance Officer no Accountfy, plataforma SaaS para gestão de performance corporativa
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