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Bússola In: 5 desafios da comunicação com colaboradores para 2022

Organizações precisam pensar em suas estratégias, capacitar lideranças e trazer autenticidade para as ações

Muitas temáticas organizacionais se intensificaram em 2021 e se manterão para o próximo ano (Getty Images/Getty Images)
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Bússola

Publicado em 21 de outubro de 2021 às 09h00.

Por Bia Magalhães e Rachel Mello*

Um dos impactos do isolamento social para as organizações foi a necessidade de buscar novas e diferentes formas de comunicação com os colaboradores, seja no formato de atividade remota, presencial ou pela importância de transmitir informações seguras, ágeis e confiáveis para os públicos internos no período de pandemia.

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Para quem achou que as mudanças acabaram e todos já estão totalmente adaptados, queremos chamar a atenção para os possíveis desafios que as organizações podem enfrentar em 2022.

Para a professora, consultora e palestrante Cynthia Provedel, com mais de 18 anos de experiência em comunicação interna e especialista em gestão das emoções, os desafios se dão não só pelos desdobramentos da pandemia, mas se acentuam com temáticas organizacionais que ganharam força nesse período. Práticas de ESG (da sigla em inglês Environmental, Social e Corporate Governance), saúde mental, gestão cultural, gestão da mudança e transformação digital estão entre os principais temas.

Mas afinal, quais serão os principais desafios de comunicação interna para organizações em 2022?

1) Lidar com reflexos da saúde mental

De acordo com o relatório de Tendências de Gestão e Pessoas para 2021, publicado pela Great Place to Work, 71% dos respondentes afirmam que, além de programas específicos em saúde mental, as lideranças são fundamentais no rastreio e promoção de saúde mental de suas equipes. Para 45% deles, cuidar da saúde mental do colaborador envolve identificar as fontes de estresse e atuar sobre as causas com o objetivo de promover um ambiente de trabalho mais saudável.

“Trabalhar com saúde mental trouxe a necessidade de articular o tema nas organizações buscando o lugar comum, colocando as pessoas para dialogarem. Isso passa por como se comunicar e como ajudar as pessoas e os gestores a estarem aptos para lidar com isso no dia a dia”, afirma Provedel.

A especialista ressalta que cuidar da saúde mental não só é construir narrativas de comunicação e fazer workshops sobre o tema, mas também questionar as formas de trabalhar da organização, buscar jornadas flexíveis, adequação de metas e entender como a estrutura organizacional contribui para o bem-estar do time.

2) Capacitar líderes para atuarem como agentes comunicadores

Os líderes são a principal referência dos profissionais e um dos pontos de contato mais importantes para o reforço de mensagens-chave e engajamento dos times. A participação deles, no trabalho presencial ou home office, é indispensável para as estratégias de comunicação interna.

Seja no engajamento, na orientação sobre um determinado contexto ou mesmo no acolhimento dos profissionais em casos de atenção à saúde, essas figuras precisam estar aptas a atuar de forma estratégica, ética e responsável.

“O líder vai precisar desenvolver uma comunicação cada vez mais humanizada. Ele deve estar preparado para articular conversas significativas com o time, escutar e dialogar com empatia, abertura, cultivar a confiança junto ao time para que essa comunicação flua, abrindo espaço para que o colaborador se vulnerabilize e o líder também possa se vulnerabilizar. Isso com certeza contribuirá para fortalecer a confiança mútua e favorecer um diálogo mais harmônico, transformador e que tornará a experiência do colaborador ainda mais proveitosa e significativa no dia a dia”, diz Provedel.

3) Não excluir ou desestimular profissionais em modelos remoto, híbrido ou presencial

Cynthia Provedel explica que o retorno gradual das organizações traz novas circunstâncias de trabalho e não é um simples retorno ao que era. É necessário que as organizações saibam como resgatar a vivência e como ressignificar esse novo momento, dando sentido à convivência em espaços físicos, resgatando rituais, canais e o fortalecimento da cultura.

“As organizações precisam refletir e planejar como valorizar quem está em casa e não cair na armadilha de se comunicar preferencialmente com quem está no presencial. Se o caminho do híbrido for seguido, então vamos encontrar condições para que seja favorável para quem está em casa ou presencialmente”, afirma Provedel.

Para ela, a reflexão também vale para as empresas que vão continuar totalmente remotas. “O trabalho em home office hoje ainda é uma condição pandêmica, muito diferente do trabalho remoto em condições normais. O que vivemos na pandemia foi isolamento social”, alerta.

De acordo com pesquisa da KPMG, 52% das grandes companhias devem retomar o trabalho presencial ainda este ano.

4) Dar autenticidade à jornada do colaborador

“A busca por autenticidade e viver algo que faça sentido no ambiente de trabalho e também esteja conectado com o propósito de cada um estará cada vez mais presente”, afirma Provedel.

As organizações, nessa perspectiva, precisam avaliar e, se for o caso, repensar a jornada do colaborador para que reflita a cultura organizacional na prática. É necessário não só ter valores sólidos, mas prová-los diariamente com coerência no dia a dia.

“Uma jornada que reflita a cultura e os valores da organização, com congruência, coerência. O que eu vivencio no dia a dia não pode ser paradoxal e, se for, isso precisa estar bem contextualizado e eu preciso compreender a minha contribuição para essa mudança de cenário”.

A especialista também explica que o profissional precisa ter clareza sobre qual é o papel dele e qual a importância de sua contribuição para que a organização alcance seus objetivos. Ou seja, comunicação interna tem, sim, impacto direto no resultado do negócio.

“Uma cultura coerente e consistente contribui para que os times possam executar a estratégia organizacional”, completa.

5) Usar cada vez mais dados para tomada de decisão

Dados para a tomada de decisão, correção de caminhos, diagnósticos mais precisos e ganhos de assertividade. Na comunicação interna não é diferente. Com a ampliação do uso de ferramentas digitais, as possibilidades de análise de comportamento e mensuração estão ainda maiores.

“O que a gente faz no dia a dia contribui para o resultado dos negócios. Precisamos usar os dados de forma ágil e aplicar inteligência de dados em CI para apoiar nossas decisões no dia a dia”, afirma Provedel.

Além disso, a especialista ressalta que, cada vez mais, a comunicação interna está na palma das mãos dos colaboradores em função das novas gerações já chegarem ao mercado de trabalho conectadas com o uso do celular. Por isso não dá para ignorar o potencial do celular como elemento na comunicação interna.

*Bia Magalhãesé especialista em Comunicação Interna com formação em Comunicação Organizacional. Está na FSB Comunicação há 7 anos atuando em projetos digitais e de comunicação corporativa eRachel Melloé jornalista, mestre em Comunicação Social e diretora de Planejamento na FSB Comunicação. Mãe da Isabel e torcedora do Atlético Mineiro

Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.

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