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Brasileiros apresentam a MIT e Harvard primeira tecnologia de treinamento de cirurgiões no metaverso 

Em semana de inovação de Boston, startup EDUCSIM apresentou sua tecnologia de simulação para médicos, pesquisadores e professores de universidades americanas

A Dra. Giselle Coelho, fundadora da EDUCSIM, em demonstração no Harvard Club of Boston (Academy Abroad/Divulgação)

A Dra. Giselle Coelho, fundadora da EDUCSIM, em demonstração no Harvard Club of Boston (Academy Abroad/Divulgação)

Aquiles Rodrigues
Aquiles Rodrigues

Repórter Bússola

Publicado em 20 de junho de 2024 às 13h00.

No Boston Healthcare Innovation (BHI), nos Estados Unidos, professores, executivos e pesquisadores das universidades de Harvard, MIT e Babson College presenciaram um feito inédito no setor da saúde: a primeira holoportação multidevice do mundo, realizada pelos brasileiros da startup EDUCSIM.

  • O procedimento se assemelha a uma vídeo chamada, mas que utiliza óculos de realidade virtual para transportar os participantes direto para a sala de reuniões e a ideia é, no futuro, fazer isso na sala de cirurgia. 
  • O objetivo da EDUCSIM é utilizar a tecnologia para permitir o treinamento remoto de médicos, reduzindo o tempo de aperfeiçoamento de técnicas cirúrgicas.

Usando os óculos Meta Quest Pro, celulares e notebooks, a startup conseguiu projetar pesquisadores de Boston e São Francisco, em tempo real, dentro da sala do Harvard Club of Boston.

Os participantes puderam não apenas interagir com os médicos, mas também caminhar pela sala com seus avatares em realidade aumentada. 

A tecnologia, desenvolvida a partir de um investimento de mais de US$ 600 mil, é única em todo o mundo e é fruto de um trabalho conjunto entre a Dra. Giselle Coelho, fundadora da EDUCSIM, a equipe dela e os pesquisadores de Harvard e MIT. A apresentação foi entre os dias 3 e 7 de junho. 

Reduzindo a curva de aprendizado por meio da tecnologia

Atualmente, médicos neurocirurgiões, como a Dra. Giselle, precisam aprender as técnicas na prática, em cirurgias assistidas por mentores, mas em pacientes reais.

Giselle começou a EDUCSIM em 2017, desenvolvendo bebês simuladores que, em resultados iniciais de treinamentos, já apresentavam o poder de reduzir o tempo das cirurgias de 12 para 9 horas. 

“A gente tinha redução no número de dias de internação do paciente, de complicações, do tempo cirúrgico, do tempo anestésico e aumento na rotatividade. Eu comecei a ver que, se a gente escalasse isso, mudaria muito o cenário”, conta.

Em dezembro, a empresa apresentou uma prova de conceito com uma versão virtual do Dr. Benjamin Warf – renomado neurocirurgião do Boston Children’s Hospital, da Harvard Medical School – instruindo cirurgiões em cirurgia no bebê simulador com o auxílio da realidade aumentada dos óculos. 

A demonstração mais recente otimizou o processo e tornou a tecnologia escalável. O próximo passo da EDUCSIM é avaliar novamente seu valuation, que pode saltar até 15 vezes graças à tecnologia disruptiva. Depois, eles abriram rodadas de captação. 

Avatar em realidade aumentada na sala de cirurgia. Visão interna dos óculos em demonstração acompanhada pelo programa Fantástico em julho de 2022 (g1.globo.com/ Fantástico/Reprodução)

Semana de inovações na saúde em Boston

A Dra. Giselle foi capaz de fazer a sua demonstração graças à parceria com a Academy Abroad e o Boston Healthcare Innovation (BHI), programa de gestão, empreendedorismo e inovação em saúde, organizado pela edtech brasileira.

Através de visitas presenciais aos hospitais escola de Harvard e conversando com gestores e profissionais das universidades americanas, é possível entender como o setor de saúde no Brasil pode se beneficiar da transformação digital já utilizada nos Estados Unidos”, comenta o Dr. Rafael Kenji, médico e CEO da Academy Abroad.

Participaram do programa médicos de todas as regiões do Brasil. Durante a semana de inovação, os participantes conheceram cases reais de empresas fundadas por brasileiros e estrangeiros.

Destacam-se os cases da healthtech Amigotech, que captou R$ 160 milhões com o fundo americano Riverwood Capital em janeiro, a startup Harmony Baby Nutrition, do também brasileiro com passagem pelo MIT Wendel Afonso, e a General Prognostics GPx, do japonês Sean Matsuoka, da Harvard Business School.

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