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“America first”, Europa e atletas olímpicos vencem mais pobres na guerra das vacinas

Há dúvidas éticas sobre políticas que ignoram a escassez de imunizantes contra covid-19, que acaba deixando para trás os que abriram mão de investir em setores vitais

 (Athit Perawongmetha/Reuters)

(Athit Perawongmetha/Reuters)

Mariana Martucci

Mariana Martucci

Publicado em 11 de março de 2021 às 17h20.

O Comitê Olímpico Internacional vai comprar da China vacinas para imunizar participantes dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos previstos para Tóquio em meados deste ano. As competições eram para ter sido realizadas ano passado, foram adiadas e agora os organizadores e o COI lutam para não serem canceladas. A nova ameaça, naturalmente, vem da segunda onda da covid-19.

Faz sentido imunizar atletas de alto rendimento prestes a participar de uma competição internacional, a mais importante da agenda esportiva mundial. Mas há, é claro, dúvidas éticas envolvidas nessa decisão, dada a ainda relativa escassez de vacinas, agravada pelo fato de os Estados Unidos terem adotado no tema a política "America First". E a Europa vai na mesma linha.

Ficam para trás os países pobres e também os não tão pobres que acreditaram na "globalização benigna" e no multilateralismo, abrindo mão de capacidade industrial em setores vitais. Talvez por subestimar a força do nacionalismo nos países de onde mais vêm opiniões qualificadas sobre o "fim do nacionalismo". Uma ilusão injustificada pelo menos desde a crise de 2008-09.

*Alon Feuerwerker é analista política da FSB Comunicação

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