Alimentos clean Label desenham o futuro da indústria do setor
Produtos menos processados, mais naturais e sustentáveis são tendência na busca da saudabilidade
Bússola
Publicado em 19 de janeiro de 2023 às 15h14.
Última atualização em 19 de janeiro de 2023 às 15h40.
Não há dúvidas de que a pandemia acelerou e consolidou mudanças significativas em diversas áreas da sociedade, economia, e, principalmente, no comportamento do consumidor. Quando o assunto é alimentação, uma das tendências que se estabeleceu foi a busca pela saudabilidade: as pessoas estão cada vez mais conscientes e exigentes com o que consomem, além de estarem mais preocupadas com a saúde. Neste cenário, a indústria de alimentos está atenta às novidades e implementando uma série de transformações no setor, que é extremamente promissor.
Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), a indústria brasileira de alimentos faturou, em 2021, R$ 922,6 bilhões, resultado 16,9% maior ao registrado em 2020, o que representa 10,6% do produto interno bruto (PIB) estimado para 2021. As vendas do setor cresceram 3,2% e a produção, 1,3%. Considerando apenas as vendas para o mercado interno, que representam 73,5% do faturamento, o aumento foi de 1,8%. Já as exportações, que representam 26,5% do faturamento, aumentaram 18,6% e atingiram o patamar recorde de US$ 45,2 bilhões.
Dentro da indústria de alimentos, o mercado de produtos saudáveis — sem glúten, baixo teor de sódio, orgânicos certificados, entre outros — tem um grande potencial. Segundo a Euromonitor Internacional, em 2020, as vendas desses produtos atingiram R$ 100 bilhões no Brasil, sendo o maior valor para essa categoria de alimentos desde 2006, quando a categoria começou a ser monitorado pela organização. Em relação a 2019, o avanço foi de 3,5%.
Além da saudabilidade, os produtos plant-based, produzidos à base de plantas e sem proteína animal, são outra tendência do setor. Também com mercado aquecido, estes produtos são capazes de atingir tanto os consumidores de carne quanto os vegetarianos que, no Brasil, correspondem a 14% da população, segundo pesquisa do Ibope Inteligência conduzida em 2018. Com isso, na época que foi elaborada, o número representava quase 30 milhões de brasileiros que se declaravam adeptos a esta opção alimentar — número maior do que as populações de Portugal, Nova Zelândia e Suíça, por exemplo.
Ainda na busca pela saúde e bem-estar, outro movimento que merece atenção é o clean label, ou seja, alimentos com rótulo limpo. Esses tipos de produto tendem a ser mais naturais, menos processados e sem aditivos artificiais. Desta forma, o consumidor tem mais transparência e segurança para escolher sua compra, já que tem acesso a alimentos elaborados com menos ingredientes e matérias-primas de qualidade que são conhecidas pelo público em geral.
Além disso, a preocupação com a sustentabilidade também está na mente dos consumidores. Por esta razão, investir em uma agricultura e uma cadeia de produção sustentável, além de utilizar materiais inovadores, capazes de evitar o desperdício, e embalagens totalmente recicláveis é essencial não só para cuidar do planeta, mas também para se adequar aos novos padrões de consumo. Ademais, é uma boa oportunidade para reduzir os custos do negócio e fazer com que a marca seja reconhecida no mercado.
A indústria de alimentos, nos últimos anos, está se adaptando aos anseios dos consumidores e à nova realidade do mundo, trazendo produtos inovadores, com tecnologia e se preocupando com a sustentabilidade da cadeia produtiva. Cabe agora ao setor continuar com essas transformações a fim de realizar uma revolução significativa no mercado.
*John Lin é Chief Commercial Officer da Citrosuco e Chief Business Officer da Evera
Siga a Bússola nas redes: Instagram | Linkedin | Twitter | Facebook | Youtube
Veja também
Supermed anuncia parceria com Grupo NotreDame e assume liderança no Rio
Inglaterra está na vanguarda da regulamentação de cigarros eletrônicos
Fundação Raízen apoia educação em 90 municípios com R$ 16,2 mi