(Carol Yepes/Getty Images)
Plataforma de conteúdo
Publicado em 20 de março de 2023 às 15h00.
Última atualização em 20 de março de 2023 às 15h19.
Uma boa ideia nunca morre. Pelo contrário, ela ganha ainda mais vida quando compartilhada. Assim são as ideias do professor britânico Sir Ken Robinson, que foi um dos especialistas mais renomados em criatividade no mundo, recebeu a Ordem do Império Britânico por suas contribuições para a educação, e faleceu em 21 de agosto de 2020, vítima de câncer. No entanto, suas ideias ganham força num mundo cada vez mais instável e imprevisível que precisa da criatividade humana para se adaptar e transformar.
No fim da década de 1990, Robinson liderou, a pedido do governo da Inglaterra, uma comissão destinada a analisar as relações entre educação, criatividade e economia. O relatório, que ficou conhecido como Robinson Report, indicou que o sistema educacional criado para a indústria do século 19 destrói talentos essenciais para a economia do século 21.
Numa apresentação no TED feita em 2006, denominada: “As escolas matam a criatividade?” que viralizou pela internet e foi vista mais de 60 milhões de vezes, Robinson mostra como grandes potenciais são desperdiçados num sistema que privilegia competitividade e disciplinas exatas em detrimento de artes e humanidades.
O resultado disso? Pessoas ansiosas, deprimidas e frustradas que aprendem a usar apenas um lado do cérebro em detrimento de um corpo inteiro de possibilidades. No vídeo, Sir Ken Robinson argumenta que fomos educados para nos tornarmos bons trabalhadores, ao invés de pensadores criativos.
Ele conta o caso da dançarina que foi diagnosticada com dificuldade de aprendizado porque não conseguia ficar com o corpo parado durante as aulas. E que graças ao olhar cuidadoso de um especialista foi direcionada para uma escola de dança e, depois, criou sua própria companhia e se tornou uma profissional reconhecida mundialmente.
Sim, a culpa pela nossa ansiedade e frustração é do atual sistema. Mas a solução está nas habilidades humanas. O que Robinson defendeu por anos é a necessidade da sociedade sair do paradigma criado na época da revolução industrial por um modelo que foque na criatividade e na capacidade de colaboração do ser humano. Para isso, é preciso trabalhar as soft skills, exercitar o propósito, a análise de contexto, o uso da imaginação e tantas outras habilidades que nasceram conosco e que foram castradas ao longo do tempo.
Recomendo que assistam a apresentação de Sir Ken Robinson no TED
E percebam que, se a culpa é de um sistema industrial criado no século 19, a solução está nas nossas habilidades. Trabalhar as soft skills não é apenas necessário, mas urgente para os problemas que a humanidade enfrenta!
*Alice Salvo Sosnowski é jornalista, consultora de negócios e especialista em empreendedorismo e soft skills. Criadora da metodologia O Pulo do Gato Empreendedor, que desenvolve habilidades para os desafios da nova economia
Siga a Bússola nas redes: Instagram | Linkedin | Twitter | Facebook | Youtube
Veja também
As novas fronteiras de atuação do CFO
Como este empreendedor fatura R$ 10 milhões com desengraxante na internet