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A vida em duas rodas: por uma educação viária que ofereça segurança aos motociclistas

Na Semana Nacional de Trânsito, Fátima Lima discute como organizações públicas e privadas podem apoiar as discussões sobre a segurança viária no País 

Motociclista no trânsito de São Paulo (Marcos Santos/USP Imagens)

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Publicado em 16 de setembro de 2024 às 10h00.

Por Fátima Lima, representante da Fundación MAPFRE no Brasil*

Anualmente, milhões de pessoas são feridas ou mortas em sinistros de trânsito em todo o mundo. De acordo com dados divulgados em agosto de 2023 pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a taxa de mortalidade no trânsito brasileiro aumentou 2,3%, com mais de 390 mil óbitos em sinistros envolvendo meios de transporte terrestres. As estatísticas revelam um cenário ainda mais preocupante com relação às motocicletas.

Segundo dados fornecidos pelo Ministério da Saúde, apenas em 2023 mais de 1,2 milhão de pessoas foram internadas vítimas de sinistros envolvendo motos – um aumento de 32% nos últimos dez anos. Na prática, isso significa que de cada três vítimas fatais decorrentes de ocorrências de trânsito, pelo menos uma é um motocondutor. No Brasil, onde 27,6% da frota nacional de veículos é composta por motociclistas e motonetas segundo dados do Ministério de Transportes, estamos falando de mais de 33 milhões de veículos desse tipo circulando por todo o país, o equivalente a quase três vezes a população de São Paulo, maior cidade da América Latina. 

O perfil do motociclista

Ainda que falemos de coletividade ao abordar esse tema, é importante destacar que os dados de fatalidades de motocondutores por sinistros de trânsito possuem um perfil predominante. As vítimas são, em sua maioria, do sexo masculino (88,1%), adultos jovens com idade entre 20 e 29 anos (30,8%), de baixa escolaridade, com 8 a 11 anos de estudo (39,6%), negros (64,9%) e solteiros (57,3%), como afirma o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, publicado em 2023. 

A crescente utilização das motos como meio de transporte e ferramenta de trabalho é um dos motivos que explicam o aumento significativo nos sinistros envolvendo esses veículos. Desde 2019, o volume de entregadores circulando pelas ruas das grandes cidades cresceu consideravelmente, acompanhando a intensificação do setor de delivery, em decorrência da pandemia. Diante desse cenário, quais são as lacunas de políticas públicas e privadas capazes de promover educação a segurança no trânsito para os condutores de motocicletas?

A Semana Nacional de Trânsito

Neste ano, o tema da Semana Nacional de Trânsito, celebrada entre os dias 18 e 25 de setembro, é “a paz no trânsito começa por você”. Organizada pela Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), o movimento surgiu com o desafio de promover a conscientização e a sensibilização pública para reduzir os acidentes e mortes no trânsito.

Nesse ano, na Fundación MAPFRE, desenvolvemos simultaneamente à Semana Nacional de Trânsito, a campanha “No Caminho Consciente”, que busca dialogar diretamente com motocondutores e atuar, lado a lado, como agente promotor em relação à educação em prevenção e segurança viária no Brasil. Para isso, lançamos uma exposição educativa e interativa no Shopping Aricanduva, na Zona Leste de São Paulo (SP) com o objetivo de promover, a partir do compartilhamento de histórias e experiências, o engajamento e uma mudança de compreensão por parte do público em geral sobre os riscos enfrentados pelos motociclistas no dia a dia. 

É por esse motivo que, quando retomamos o mote da Semana Nacional de Trânsito deste ano (“a paz no trânsito começa por você”), convidamos todos os setores da sociedade para um debate amplo sobre a responsabilidade da coletividade, especialmente quando tratamos de motocondutores. Os dados alarmantes não negam: é preciso agir em prol da segurança desse público que representa mais de 1/4 da frota de veículos nacional e, sobretudo, é preciso agir agora. 

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