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A hora e a vez das batatas pré-fritas congeladas brasileiras

Consumo de batatas pré-fritas congeladas no Brasil está em ritmo acelerado, com crescimento de 10% ao ano

Quem não gosta de batata frita, né? (Bússola/Divulgação)

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Publicado em 24 de março de 2023 às 06h00.

Última atualização em 24 de março de 2023 às 10h59.

O consumo de batatas pré-fritas congeladas segue em ritmo de crescimento de 10% ao ano nos últimos cinco anos no Brasil. Boa parte desse movimento se deve à evolução do mercado e investimento em capacidade de produção. Nesse sentido, a Bem Brasil, líder de marcado (share de 47% no acumulado em 2022), é uma das empresas que mais puxa o crescimento do setor, com nova fábrica, novas linhas de produção e lançamentos cada vez mais de acordo com as preferências do público – novos cortes, novas formas de consumo e novas maneiras de enxergar as batatas congeladas.

Para os próximos anos, a tendência do aumento no consumo de batata frita no Brasil e no mundo, nos indica uma projeção de evolução. O produto congelado pré-frito se encaixa no padrão de mudança de estilo de vida com a crescente valorização da praticidade no preparo dos alimentos e a preocupação com a qualidade nutricional. Em território nacional, o consumo médio de batata por pessoa deve passar de 3,5 kg/ano, registrado em 2022, para 5,2 kg/ano em 2026.

Essa mudança de comportamento e de paradigma vem exatamente no mesmo ritmo que trabalhamos para expandir nossos horizontes. Temos uma indústria altamente capacitada no país, com tecnologia de ponta e profissionais qualificados. Somado a isso, o cenário externo favorável traz um ingrediente positivo a mais para o negócio e para o Brasil, uma vez que temos a possibilidade clara de posicionar nosso país como um player importante no mercado internacional de batatas pré-fritas congeladas.

Para se ter ideia, em outubro do ano passado, por exemplo, estive na SIAL, um dos eventos mais relevantes da indústria alimentícia global, realizado duas vezes por ano em Paris. A capital francesa se transforma no ponto de encontro de toda a cadeia, entre produtores, importadores, compradores e varejistas, sempre ávidos por novos negócios. É uma oportunidade única para estarmos no centro das discussões e das inovações, ampliando a visibilidade da indústria brasileira de batatas pré-fritas congeladas para o mundo e, claro, abrir espaço para novas frentes de negócio e projetos de internacionalização da nossa marca. Posso dizer que fomos muito bem recebidos e avaliados pelos players, parceiros e mercado internacional de forma geral.

Parte dessa perspectiva positiva vem do fato de que nosso país é um dos principais produtores do mundo, porque conta com extensão territorial privilegiada e a diversidade climática. Essa combinação nos permite o cultivo de uma grande variedade de itens - e as batatas são parte desse contexto. No mundo todo, são mais de 85 gêneros e mais de 4.200 espécies de batatas, o que nos dá a dimensão e a potencialidade desse mercado, com suas variações de casca, polpa e sabor. No Brasil, a batata é a hortaliça mais importante, com uma produção anual de aproximadamente 3,5 milhões de toneladas em uma área de cerca de 130 mil hectares, de acordo com dados da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).

E qual o segredo da batata para ter esse crescimento nos últimos anos? A resposta é relativamente simples: protagonista do campo à mesa, a batata é versátil e pode ser consumida em diversos momentos e ocasiões. Inclusive, observamos uma retomada da alimentação fora do lar com o arrefecimento da pandemia e o avanço da vacinação, que possibilitaram o retorno da demanda do foodservice e do varejo.

De um lado, as pessoas estão saindo de casa para compartilhar momentos de consumo com amigos, happy hours, eventos... De outro lado, o consumo do produto dentro de casa se consolida como uma tendência, com as diversas possibilidades de preparo – na frigideira e na air fryer, por exemplo – e de formatos, com as batatas fininhas tradicionais, a crinkle, rústica e as especialidades, com dadinhos e hash browns, uma novidade que estamos trazendo de fora, e totalmente produzida no Brasil.

Tantas possibilidades nos permitem vislumbrar oportunidades de ultrapassarmos fronteiras e levar nossas batatas pré-fritas para outros mercados. Quando consideramos o potencial internacional, temos um planejamento claro de que, em 2026, 10% de nossas vendas sejam voltadas para o mercado externo - atualmente, o indicador é de 2%. Essa projeção se insere em um contexto em que o consumo de batata frita aumenta mundialmente e há uma estagnação global da produção do vegetal. Isso nos permite buscar mais espaço em mercados internacionais.

Hoje exportamos batatas fritas pré-congeladas 100% brasileiras para países como Estados Unidos, Bolívia, Uruguai, Paraguai, Peru, Vietnã e Taiwan. O Japão, por sua vez, tem recebido regularmente produtos brasileiros, com grande aceitação dos flocos desidratados de batatas. Há interesse também de outros países da América Latina e do Sudeste Asiático, cuja demanda por batata congelada tem um crescimento acentuado nos últimos anos.

Para isso, é preciso investir em capacidade produtiva, com foco no crescimento da demanda no Brasil e no mercado internacional. Nos últimos dois anos, a Bem Brasil injetou mais de mais de R$ 1 bilhão na expansão da fábrica de Perdizes (MG), o maior aporte da história da empresa, realizado com recursos próprios e captações realizadas no mercado. A capacidade produtiva da empresa é de 500 mil toneladas de produtos por ano, podendo atender até 55% da demanda nacional.  Em 2022, houve um aumento de 40% na produção da empresa no comparativo com 2021.

São números que dão uma perspectiva positiva de crescimento e de que o mercado global está cada vez mais receptivo ao produto nacional, principalmente quando produzido a partir da combinação de tecnologia, pesquisa e qualidade.

*Dênio Oliveira é presidente da Bem Brasil Alimentos

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