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5G vai impulsionar produtividade da Zona Franca, diz o general Polsin

O comandante participa do seminário 5G.br Manaus, que trata do uso da tecnologia na educação e na indústria, promovido pelo MCom

Evento em Manaus discute conectividade na Amazônia (Bussola/Reprodução)

Evento em Manaus discute conectividade na Amazônia (Bussola/Reprodução)

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Publicado em 21 de setembro de 2022 às 10h00.

Última atualização em 21 de setembro de 2022 às 10h57.

Por Bússola

A Zona Franca de Manaus pode se transformar num modelo para o Brasil, tirando proveito do potencial trazido pela tecnologia 5G para impulsionar sua produtividade industrial, segundo o general Algacir Polsin, superintendente da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). "Estima-se um volume de R$ 1,6 bilhão em investimento em PD&I decorrentes da Lei de Informática da Zona Franca de Manaus no ano de 2021. As empresas titulares da obrigação aplicam parcela desses recursos justamente em projetos voltados para a Indústria 4.0", afirma.

Em entrevista à Bússola, ele fala sobre os impactos que a quinta geração de telefonia móvel, o 5G, terão sobre o Polo Industrial de Manaus. O general participa amanhã do seminário 5G.br Manaus, promovido pelo Ministério das Comunicações (MCom). Ele será o moderador do painel “5G como acelerador da indústria 4.0”.

O evento, que acontece no Centro de Convenções do Amazonas Vasco Vasques, em Manaus, discute os benefícios da quinta geração de internet móvel e as perspectivas da evolução tecnológica na região amazônica, em especial na indústria e na educação. Para se inscrever, basta preencher um formulário no site do evento.

Bússola: Que impactos podemos esperar na produtividade da Zona Franca de Manaus com a chegada do 5G?

Algacir Polsin: A rede 5G apresenta grande potencial nos processos de automação e na integração de tecnologias emergentes aos empreendimentos industriais, tais como inteligência artificial e internet das coisas, denominada de indústria 4.0. Espera-se que a adoção de tais processos ampliará a produtividade da indústria do Polo Industrial de Manaus, seja pela redução dos custos ou pela melhora nos parâmetros de qualidade.

Para tanto, as obrigações de aplicação de recursos em Pesquisa Desenvolvimento e Inovação (PD&I), decorrente dos incentivos fiscais pela produção de bens de tecnologia da informação e comunicação (TIC) na região, tendem a garantir um fluxo de investimento com potencial para manter as empresas e o ecossistema de PD&I da região com capacidade de acompanhar o intenso desenvolvimento tecnologia da área, possibilitando assim a incorporação de soluções de Indústria 4.0 às plantas industriais, ou o desenvolvimento de produtos e sistemas compatíveis com a nova tecnologia.

Estima-se um volume de R$ 1,6 bilhão em investimento em PD&I decorrentes da Lei de Informática da Zona Franca de Manaus no ano de 2021. As empresas titulares da obrigação aplicam parcela desses recursos justamente em projetos voltados para a Indústria 4.0.

Reconhecendo todo esse potencial e oportunidade, a Suframa estimula e gerencia o Programa Prioritário do CAPDA em Indústria 4.0 e Automação, como uma das modalidades de investimento da Lei de Informática da Zona Franca de Manaus.

Por essa razão, acredita-se que a Zona Franca de Manaus terá capacidade de fazer com que o 5G traga um virtuoso impacto em sua produtividade industrial, até mesmo servindo como modelo para o restante do País.

A prefeitura de Manaus acaba de fechar uma parceria com a ABDI para desenvolver ações conjuntas na implantação do 5G na cidade. Como o Distrito Industrial espera se beneficiar desse acordo?

Como o Polo Industrial de Manaus (PIM) está inserido dentro do perímetro urbano da cidade de Manaus, isso lhe garante grande sinergia na percepção dos benefícios, seja pela expertise e eventual fornecimento de equipamento para instalação da infraestrutura em Manaus, como pela utilização da rede 5G em soluções industrias, como rastreamento e interação entre os diferentes agentes da cadeia industrial do PIM.

Os benefícios do 5G são bastante evidentes nas linhas de produção industrial. Mas a Zona Franca abriga indústrias que podem trazer essa tecnologia embarcada em forma de internet das coisas, que pode colocar o 5G dentro da casa do cidadão comum. Isso está sendo pensado?

O regime Zona Franca de Manaus congrega uma relevante produção de bens de tecnologia da informação e comunicação (TIC), com um faturamento de R$ 45 bilhões em 2021, o que representou 28% do faturamento do Polo Industrial de Manaus (PIM). Considerando que tais produtos tendem a ser os primeiros a incorporarem a tecnologia do 5G, como observado nos celulares ou nos modens transmissores, acredita-se que o Polo Industrial de Manaus (PIM) terá um papel de destaque na incorporação da tecnologia na indústria nacional.

Outro aspecto colocado é a adoção inicial predominantemente realizada pelos empreendimentos industriais, na busca por ganhos de produtividade e escala, e pelas entidades públicas, que se utilizarão da maior capacidade de conexão para integrar as cidades e prover soluções de segurança pública, educação, dentre outros. Uma vez a infraestrutura mais consolidada, será ocasião em que o apelo do consumidor garantirá que os produtos de consumo passem a incorporar a tecnologia. De toda sorte, em ambas as fases de adoção, entende-se que o PIM contribuirá e se beneficiará do processo.

Além do estímulo e gestão do Programa Prioritário de Indústria 4.0, outra forma que a Suframa está atuando no assunto é estimulando o debate e aproximando atores relevantes, como ocorreu no Fórum 5G e Indústria 4.0, realizado pela Suframa em 24 de agosto de 2022, com a participação de Anatel, ABDI, Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), entre outros atores.

No mais, citam-se os esforços da Suframa para que os benefícios do 5G não sejam restritos à cidade de Manaus, mas que alcancem toda a região de atuação da Suframa, definida pela Amazônia Ocidental e Estado do Amapá, como é o caso da iniciativa do Programa Amazônia Integrada e Sustentável (PAIS), apoiada pela Suframa, que aglutina os esforços da Amazônia Conectada, do Exército, e do Norte Conectado, do Ministério das Comunicações.

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