Vinte anos da revolução da Internet. E como anda o comportamento digital?
Para além dos benefícios e malefícios que a internet nos trouxe, precisamos pensar em uma terceira via mais crítica sobre o seu uso
Bússola
Publicado em 18 de outubro de 2021 às 13h24.
Última atualização em 18 de outubro de 2021 às 13h34.
Por Hugo Tadeu*
A humanidade convive com a internet nos últimos 20 anos. Inúmeros foram os benefícios percebidos, citando os avanços das comunicações, isto é, a troca de mensagens, textos, vídeos e, obviamente, todas as oportunidades no ambiente de negócios e coleta de dados.
Diversos são os economistas dedicados em avaliar os impactos do universo digital nos ganhos da produtividade, com estudos controversos. Existem pesquisadores argumentando o impacto negativo da digitalização na economia, talvez pelos modelos de análise ainda baseados na revolução industrial. Por outro lado, existe uma corrente do conhecimento analisando os efeitos positivos e sugerindo uma possível singularidade na história, com um crescimento na geração de riqueza nunca observado.
No entanto, recomendaria uma terceira via e uma nova ótica nas análises. Seria o momento para deixar de lado os números da produtividade que, por sinal, não andam bem nos últimos tempos no contexto brasileiro e iniciar uma nova corrente de análises. Seria a grande oportunidade para debater o comportamento digital.
Todos os dias surgem novas séries nos canais de streaming, destacando os possíveis malefícios da internet. A sociedade atual estaria vivendo na velocidade dos dedos, com emoções sendo exageradas e na agilidade das telas. Além disso, estaríamos sendo manipulados pela inteligência matemática dos algoritmos das grandes empresas de tecnologia, que no fundo é a invencionice de algum humano com interesses privados questionáveis.
Outro ponto de atenção seria a queda da nossa inteligência coletiva, medida por universidades nestes últimos anos. A nossa capacidade inventiva, criativa e do pensamento profundo estaria sendo reduzida, graças aos benefícios do universo digital.
Este poderia ser o momento propício para novas perguntas e dados concretos que poderiam suportar uma mudança no nosso comportamento. Por exemplo: nossa produtividade e ambiente econômico crescem com o advento digital? Seria possível medir a felicidade humana antes e depois da internet? Nosso comportamento estaria sendo manipulado por grandes empresas digitais? Finalmente, quais são os riscos do universo digital atual no nosso comportamento? Estamos mais ansiosos, felizes ou focados com tantos dados, apps e telas? Valeria uma análise, reflexão e caminhos possíveis para os próximos 20 anos.
*Hugo Tadeu é professor e pesquisador da Fundação Dom Cabral
Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a EXAME. O texto não reflete necessariamente a opinião da EXAME.
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