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Zika se alastra pelo Caribe, que teme queda do turismo

Por enquanto as grandes operadoras de turismo não apontaram mudanças significativas na demanda de seus produtos na região


	Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue e zika vírus
 (Alvin Baez / Reuters)

Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue e zika vírus (Alvin Baez / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2016 às 17h56.

San Juan - O vírus da zika se propaga com rapidez pelo Caribe, onde as autoridades locais temem que seu vínculo com má formações em fetos de grávidas infectadas e a recente morte de uma pessoa em Porto Rico provoquem uma diminuição do turismo que recebe a região.

"Pensava em viajar para Porto Rico em maio, mas reconheço que me dá medo tudo o que se ouve sobre a zika. Estou tentando ficar grávida e me dá pavor imaginar que por uma simples viagem meu futuro filho possa ter microcefalia", afirmou à Agência Efe Carla Latorre, que mora em Nova York e que acabou trocando de destino turístico: escolheu Nova Orleans.

O secretário-geral da Organização Caribenha do Turismo (CTO), Hugh Riley, disse, no entanto, que por enquanto as grandes operadoras de turismo não apontaram mudanças significativas na demanda de seus produtos na região por causa da zika.

"É usual que a indústria observe com atenção o que acontece e ofereça promoções que estimulem as vendas quando necessário", explicou Riley em relação à observação de que nos últimos meses houve quedas nos preços das passagens de avião para o Caribe.

No entanto, ele ressaltou que não tem "nenhuma informação que sugira que há um fator (como a zika) que esteja provocando o lançamento de alguma promoção em particular" e defendeu que a redução de preços corresponde ao aumento da oferta em uma região que "está vendo crescer o interesse por parte de viajantes estrangeiros".

No final de janeiro, após a divulgação dos primeiros casos do vírus em ilhas como Porto Rico, Barbados, Jamaica, Trinidad e Tobago, várias companhias aéreas e cadeias hoteleiras ofereceram mudanças em passagens e, em alguns casos, reembolsos a mulheres grávidas que tinham planejado viajar para estes lugares.

Porta-vozes do CTO e da Associação de Hotéis e Turismo do Caribe consultados pela Efe explicaram que o nicho de mercado que mais pode se ver prejudicado é o conhecido como o das "babymoons" (luas de mel para grávidas).

Até o momento, o CTO não tem disponível informações de como este vírus novo na região, que é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue e da chicungunha, afetou a indústria, e alega que é cedo para tirar conclusões.

No entanto, a preocupação é palpável nas ilhas mais afetadas, como Porto Rico, onde na sexta-feira foi confirmada a morte de um homem de 70 anos que em fevereiro foi internado com febre e morreu 24 horas depois devido a uma drástica redução de plaquetas no sangue provocada pelo vírus.

O governo de Porto Rico está promovendo uma campanha publicitária para divulgar no exterior que é seguro viajar à ilha.

Antes dessa primeira morte vinculada diretamente com a zika, a diretora da Companhia de Turismo de Porto Rico, Ingrid Rivera Rocafort, emitiu um comunicado explicando que "até o momento, menos da metade de 1% da população foi afetada pelo vírus".

"Estamos fazendo todo o possível para proteger os visitantes de nossa ilha e assegurar que possam desfrutar de férias livres de temores", disse, após lembrar que, "como ilha tropical no Caribe", Porto Rico tem ampla experiência lidando com mosquitos e as doenças que transmitem.

Para explicar os baixos preços ofertados para viajar ao Caribe, as organizações e empresas consultadas pela Efe apontam outros fatores, como o barateamento do petróleo, que influi no principal custo das companhias aéreas, o dos combustíveis.

A Agência de Saúde Pública do Caribe - que realiza testes de diagnóstico de zika para seus Estados-membros -, confirmou até o momento casos deste vírus em 15 territórios da região.

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