Agência de notícias
Publicado em 19 de setembro de 2024 às 10h22.
Após alguns usuários relatarem que voltaram a conseguir acessar o X no Brasil nesta quarta-feira, a plataforma afirmou, em comunicado publicado no fim da noite, que está trabalhando com o governo brasileiro para retornar "muito em breve para o povo do Brasil". Parece que o trabalho já está sendo feito: as principais contas suspensas judicialmente pelo Supremo Tribunal Federal (STF) já aparecem retidas novamente, incluindo nomes como Allan dos Santos, Monark, Daniel Silveira e Rodrigo Constantino.
O bloqueio da rede social no país foi determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após uma queda de braço que envolveu o descumprimento de decisões por parte da empresa envolvendo o bloqueio de contas e ataques do bilionário Elon Musk, proprietário do X, ao magistrado.
Segundo a plataforma, a mudança "resultou na restauração inadvertida e temporária do serviço aos usuários brasileiros". Em seguida, o diz informa esperar que o serviço "fique inacessível novamente em breve". "Continuamos os esforços para trabalhar com o governo brasileiro para retornar o quanto antes para o povo do Brasil", encerra o comunicado.
A equipe técnica da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) constatou nesta manhã que o conteúdo do X foi colocado em redes de servidores, chamadas de CDNs (Redes de Entrega de Conteúdo), onde não estavam até a véspera. Com isso, não estavam bloqueados os endereços exclusivos que identificam os dispositivos na internet (chamados de IPs) a partir dessas novas redes em uso. Desta forma, usuários que foram direcionados para esses novos servidores tiveram o acesso restabelecido.
O X funcionava por meio de servidores próprios, mas agora está usando também empresas que prestam serviço de entrega de conteúdo, conhecidas como CDN. Quando houve determinação de suspensão do X no Brasil, ocorreu o bloqueio dos endereços ligados a esses servidores próprios. Com a mudança, o veto deixou de alcançar a rede social, e o X acabou “driblando” a decisão do Supremo.
Agora, para que o X saia do ar novamente, os novos serviços precisam suspendê-lo. Se isso não ocorrer, Carlos Affonso, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS) e professor da faculdade de Direito da Uerj, explica que a única maneira de derrubar a rede social no país seria bloqueando as empresas provedoras: