Ao vivo: Wilson Witzel deixa a CPI da Covid sem terminar depoimento
Ex-governador do Rio de Janeiro é alvo da Operação Placebo, da Polícia Federal, que investiga desvios na contratação de organização social para a instalação de hospitais de campanha
Alessandra Azevedo
Publicado em 16 de junho de 2021 às 06h00.
Última atualização em 16 de junho de 2021 às 14h28.
Antes de concluir o depoimento, o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel usou o habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal ( STF ) e se retirou da sessão, pouco depois das 14h.
Mesmo com habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal ( STF ), o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel prestou depoimento na CPI da Covid . Esta é a primeira vez que um governador ou ex-governador presta depoimento à comissão. Os senadores planejavam questioná-lo sobre o suposto desvio de verbas públicas na instalação de hospitais de campanha, pelo qual Witzel é investigado.
O ministro Nunes Marques concedeu habeas corpus, nesta terça-feira, 15, para que Witzel não seja obrigado a comparecer à CPI, para não se autoincriminar. O ex-governador também conseguiu autorização para ficar em silêncio e não precisará fazer o juramento de dizer apenas a verdade. Ele também poderá ser acompanhado por um advogado.
O STF já concedeu outros dois habeas corpus relacionados à CPI: ao ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que teve autorização para se manter em silêncio e não se autoincriminar, e ao governador do Amazonas, Wilson Lima, que foi liberado de prestar depoimento, na semana passada.
Acompanhe ao vivo:
https://www.youtube.com/watch?v=-xqLKA2v378
Expectativa para o depoimento
Witzel sofreu impeachment por suspeita de corrupção na Saúde durante a pandemia. "O então governador Wilson Witzel supostamente recebia pagamentos advindos de esquemas ilegais de todas as pastas do estado", aponta o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), em um dos requerimentos de convocação.
Randolfe afirma que o ex-governador deve ir à CPI para "explicar as graves denúncias de corrupção na área da Saúde, inclusive com recursos federais destinados ao combate à pandemia". Segundo ele, dados levantados pelo MPF mostram que, "se contabilizarmos apenas os valores ilícitos da Saúde, Witzel teria recebido em um ano R$ 20 milhões em propina".
Segundo o MPF, “levando-se em conta apenas o esquema criminoso montado para a contratação de Organizações Sociais (OS) na área de Saúde, o grupo pretendia angariar, de forma ilícita, cerca de R$ 400 milhões durante os quatro anos do mandato de Witzel”.