Secretário de Mandetta que formulou medidas contra covid-19 pede demissão
Na entrevista coletiva na tarde, o ministro da Saúde afirmou que negou o pedido de exoneração do secretário de Vigilância
Clara Cerioni
Publicado em 15 de abril de 2020 às 12h24.
Última atualização em 15 de abril de 2020 às 17h21.
Em meio às incertezas sobre a permanência do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta , o secretário de Vigilância em Saúde da pasta, Wanderson de Oliveira, pediu demissão na manhã desta quarta-feira, 15. A informação foi confirmada pelo Ministério no fim da manhã.
No entanto, no fim da tarde, o próprio ministro afirmou em entrevista coletiva que negou o pedido de demissão. "Sairemos juntos", disse.
Homem de confiança de Mandetta, ele é oresponsável direto por desenhar as medidas de combate à pandemia de coronavíruse participava diariamente das coletivas de imprensa no Palácio do Planalto.Nas últimas semanas, vinha se queixando a colegas sobre o discurso do presidente Jair Bolsonaro contrário ao isolamento social mais amplo.
Nesta manhã, Wanderson enviou por e-mail uma carta a seus subordinados em que avisava que a saída de Mandetta estava programada para "as próximas horas ou dias" e era a hora de se preparar para sair junto. Ele, que é enfermeiro epidemiologista, estava no cargo pela indicação do ministro.
Na carta, revelada pelo jornal Folha de S.Paulo, Wanderson deixa claro que não há como dizer o momento exato da demissão do ministro e nem como ela será feita, se por um aviso formal e "respeitoso" ou uma demissão pelo Twitter.
O secretário já havia dado sinais de retirada ao distribuir na terça a colegas um relatório sobre a sua gestão.Por enquanto, o ministro da Saúde ainda matema decisão de que aguardar sua demissão, sem pedir para deixar o cargo. Do Planalto não há informações oficiais sobre a demissão de Mandetta.
Ao sair do Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse a apoiadores que iria resolver "a questão da saúde" para "tocar o barco", mas não citou o nome do ministro.