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Voo 447: queda foi causada por falha dos pilotos, diz jornal

Le Figaro diz que o relatório apontará erro humano como a causa da tragédia. Comandante escolheu um piloto menos experiente para controlar o avião antes do acidente

Piloto inexperiente ao assumiu o controle do avião antes da queda. Ele tinha 2936 horas de voo, menos da metade do outro copiloto presente (6547 horas de voo) (Charles Platiau/Reuters)

Piloto inexperiente ao assumiu o controle do avião antes da queda. Ele tinha 2936 horas de voo, menos da metade do outro copiloto presente (6547 horas de voo) (Charles Platiau/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 29 de julho de 2011 às 06h55.

São Paulo - A queda do Airbus A330 no dia 1º de junho de 2009 foi causada por uma falha humana, de acordo com o jornal francês Le Figaro. O diário afirma ter tido acesso às conclusões finais do relatório da Escritório de Investigações e Análises (BEA), que deverá ser divulgado nesta sexta-feira.

Segundo o Figaro, o relatório, que se baseou sobretudo em dados das caixas-pretas, também apontará erro nos pitots do Airbus, causado por um congelamento nos dispositivos, responsáveis por fazer uma leitura da velocidade do avião.

Ainda de acordo com o jornal, a perda brusca de velocidade, aliada à falha nos pitots, levou um copiloto menos experiente a levantar o nariz do avião, manobra considerada incorreta para retomar o controle da aeronave em tais situações.

Ao chegar à cabine do Airbus, alertado pelos copilotos, o comandante não teria tido condições de analisar a situação de risco em que o avião se encontrava, dirá o relatório, segundo o Figaro.

Relatório parcial - Em maio deste ano, o BEA divulgou um relatório parcial sobre as causas do acidente, que vitimou 228 pessoas. À época, a investigação do Escritório informou que a queda do avião durou exatos 3 minutos e 30 segundos até o impacto no Oceano Atlântico. O relatório parcial ainda apontou que os os pilotos observaram duas velocidades diferentes no painel de controle, por menos de um minuto, e uma delas indicava queda brutal de potência. O piloto automático foi então desligado e um alarme soou. Nesse momento, o comandante não estava na cabine, apenas os dois co-pilotos, que iniciaram tentativas de retomar o controle da aeronave. "Vamos lá, você tem os comandos", disse um deles.

Exatamente à 1h55, o comandante passa o controle da aeronavave ao segundo co-piloto. "Assuma o meu lugar", disse, conforme o relatório. Até as 2h01, ele acompanha o briefing entre os dois co-pilotos e a aeronave passa por uma turbulência. "Devemos encontrar outras mais à frente. Estamos na camada, infelizmente não podemos subir muito mais agora porque a temperatura está diminuindo menos rapidamente do que o esperado", falou o piloto, pouco antes de deixar a cabine.

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