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Violência contra a mulher não é natural, diz ONU Mulheres Brasil

"No país, a Lei Maria da Penha tem trazido essa ideia para a população, que sabe que bater, xingar e matar mulheres é um crime", disse uma porta-voz

Direitos: a representante da ONU Mulheres Brasil elogiou ainda iniciativas como o Programa Mulher (Lucas Jackson/Reuters)

Direitos: a representante da ONU Mulheres Brasil elogiou ainda iniciativas como o Programa Mulher (Lucas Jackson/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 8 de março de 2017 às 17h17.

Para prevenir casos de violência contra a mulher e reverter as estatísticas é preciso, primeiramente, reconhecer o ato como algo não natural e que não deve ser aceito.

A avaliação é da representante da ONU Mulheres Brasil, a médica Nadine Gasman. "No país, a Lei Maria da Penha tem trazido essa ideia para a população, que sabe que bater, xingar e matar mulheres é um crime", disse.

Em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional de Brasília, ela destacou a importância de se trabalhar o tema nas escolas, numa tentativa de promover a igualdade entre meninos e meninas, além de ações contundentes nos lares e na mídia.

"Temos que ter uma rede de atendimento para todas as modalidades de casos de violência contra as mulheres, para que os crimes não fiquem sem punição e para que os agressores sejam levados à Justiça".

Avanços

Para Nadine, o Brasil avançou bastante no combate à violência contra mulheres por meio não apenas da Lei Maria da Penha, que trata da prevenção, do atendimento e da sanção, sobretudo da violência doméstica, mas também por meio da Lei do Feminicídio, que pune especificamente o assassinato de mulheres.

"São duas leis muito importantes, que se complementam, porque olham todas as formas de violência contra as mulheres, tanto no âmbito público como no privado".

A representante da ONU Mulheres Brasil elogiou ainda iniciativas como o Programa Mulher: Viver sem Violência, Casas da Mulher Brasileira e o Disque 180, ferramenta de comunicação avaliada por ela como de suma importância entre as próprias mulheres e também entre pessoas que testemunham atos de violência contra as mulheres.

"É muito importante falar sobre isso no Dia Internacional das Mulheres, porque a gente está empenhado no desenvolvimento de uma Agenda 2030, com objetivos de desenvolvimento sustentável que requerem ações muito fortes e definitivas em torno da erradicação da violência contra as mulheres", concluiu.

A Dra. Nadine Gasman é médica e possui nacionalidades mexicana e francesa, com mestrado em Saúde Pública pela Universidade de Harvard e doutorado em Gerenciamento e Políticas da Saúde pela Universidade John Hopkins.

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