Brasil

Valcke põe em dúvida Copa das Confederações em 6 cidades

O estádio do Recife é o que mais preocupa entre as seis sedes previstas para a competição do ano que vem


	O interlocutor entre a Fifa e o Governo Federal, Jérome Valcke: mesmo com as cobranças, o secretário-geral demonstrou alívio por ver as obras do Mineirão adiantadas
 (Harold Cunningham/ Getty Images)

O interlocutor entre a Fifa e o Governo Federal, Jérome Valcke: mesmo com as cobranças, o secretário-geral demonstrou alívio por ver as obras do Mineirão adiantadas (Harold Cunningham/ Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2012 às 16h03.

Belo Horizonte - O secretário-geral da Fifa, Jeróme Valcke, colocou em dúvida, nesta terça-feira, a realização da Copa das Confederações de 2013 em seis cidades, conforme o planejado inicialmente, por causa do atraso nas obras.

O estádio do Recife é o que mais preocupa entre as seis sedes previstas para a competição do ano que vem. De acordo com a Odebrecht Infraestrutura, responsável pela obra, 64 por cento da construção está concluída, a oito meses da Copa das Confederações.

"Neste momento, não estamos no nível de ter seis estádios prontos para a Copa das Confederações", disse Valcke em entrevista coletiva, ao lado do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, após vistoriar as obras do estádio Mineirão, que está dentro do cronograma.

Ao lado de Fortaleza, Belo Horizonte é a sede com as obras nos estádios mais avançadas, com mais de 80 por cento de conclusão.

Já a Arena Pernambuco, que está sendo construída na Grande Recife, foi incluída pela Fifa como sede do torneio no ano que vem, que serve como preparatório para a Copa do Mundo de 2014, ao lado de Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza, Salvador e Rio de Janeiro.

No entanto, a Fifa estabeleceu o mês de novembro como limite para a decisão final sobre o número de sedes, dependendo do andamento dos preparativos nas cidades. A federação inclusive preparou tabelas alternativas para realizar a competição também com quatro ou cinco sedes.

O ministro do Esporte afirmou que se algum estádio não cumprir o cronograma previsto será cortado da Copa das Confederações, mas contrapôs a declaração de Valcke afirmando que até o momento "nenhum" estádio está pronto para a competição.

Aldo e Valcke evitaram citar a situação individual dos estádios mais atrasados.


"Eu sou ainda mais rígido que o secretário-geral da Fifa. Nós não temos nenhum estádio pronto para a Copa das Confederações. Nós temos prazos. Aqueles que conseguirem cumprir os prazos, serão sede. Aqueles que não conseguirem cumprir, não serão sede da Copa das Confederações", disse o ministro.

A Copa das Confederações vai de 15 a 30 de junho de 2013.

Esta é a primeira inspeção de estádios que Valcke e Aldo fazem juntos desde que o responsável da Fifa pela Copa afirmou, em março, que o Brasil precisava de "um chute no traseiro" para apressar as obras da Copa de 2014. Depois disso, o governo brasileiro chegou a dizer que não o reconhecia mais como interlocutor da Fifa, mas a polêmica foi resolvida com um pedido de desculpas do dirigente.

Mesmo com as cobranças, o secretário-geral demonstrou alívio por ver as obras do Mineirão adiantadas.

"É bom ver um estádio tão perto da conclusão. Estou impressionado... já estamos falando sobre a colocação do gramado", disse Valcke, sorridente. A entrega da obra do Mineirão está prevista para o dia 21 de dezembro.

Após a visita à capital mineira, os representantes da Fifa e o ministro se reuniram com representantes do governo de Minas e da prefeitura da capital para tratar de obras de mobilidade. Valcke fez ainda um sobrevoo pelas obras viárias e de infraestrutura da cidade.

As obras de mobilidade urbana e dos aeroportos são desde o início as maiores preocupação da Fifa sobre a organização do Mundial, uma vez que as construções e reformas dos estádios estão dentro do cronograma para a Copa do Mundo.

No fim da tarde, a comitiva viaja a Porto Alegre, onde realiza inspeção no estádio Beira Rio, na quarta-feira.

Acompanhe tudo sobre:EstádiosFifaInfraestrutura

Mais de Brasil

Guarulhos e Galeão têm atrasos causados por efeitos do apagão cibernético global

BNDES anuncia financiamento de R$ 4,5 bi de 32 jatos da Embraer à American Airlines

STF diz que foi afetado por apagão global, mas que principais serviços já foram restabelecidos

Mais na Exame