São Paulo - O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, rejeitou nesta segunda-feira que os brasileiros não queiram a realização do Mundial 2014 e afirmou que "há muito por fazer" a 24 dias do início torneio.
"Temos dias de muito trabalho pela frente, já que ainda há muito trabalho por fazer em um esforço coletivo da Fifa, do Comitê Organizador Local, do governo federal, das cidades-sedes e dos estados", indicou Valcke, em uma coluna que é publicada todos os meses no portal da entidade.
No comunicado, o secretário-geral, que se instalou hoje no Brasil até o final do torneio para supervisionar as organização e obras por terminar, se mostrou otimista.
"Não há dúvidas: haverá Mundial", enfatizou.
"Em verdade, o Mundial da Fifa já chegou ao Brasil, todo o planeta o está seguindo com expectativa. Ao longo das próximas oito semanas, estaremos juntos para escrever a história que começou há sete anos - uma história de êxito para todos nós: Brasil e a Fifa", afirmou.
Valcke rejeitou a ideia de que os brasileiros sejam contrários à realização do torneio, no marco de um cenário político onde são esperadas manifestações por parte de organizações que criticam a organização e as despesas excessivas do torneio.
Segundo a Fifa, disse Valcke, as enquetes de opinião respaldam a realização do Mundial, já que 75% dos entrevistados têm uma opinião "positiva" do Mundial e 50% no mundo todo estão "muito entusiasmados" com o evento.
"Isso também é reforçado pelas mais de 11 milhões de solicitações de entradas realizadas até o momento, número sem precedentes na história do evento. É possível sentir essa expectativa entre as 32 seleções e os torcedores do Brasil e de todo o planeta", ressaltou.
Valcke, que aterrissou hoje em São Paulo, afirmou que chegou ao país "para ver que os toques finais da operação do Mundial da Fifa foram concluídos a tempo para o início do torneio".
"Nossas equipes operacionais começarão a se expandir por todos os estádios para fazer as últimas instalações, como as salas de imprensa, os complexos de transmissão (...) tudo instalado de acordo com a apresentação esperada de um Mundial da Fifa", comentou.
A primeira parada se inicia nesta segunda-feira no estádio Arena de São Paulo, que na véspera recebeu a primeira partida oficial entre Corinthians e Figueirense perante 36.694 espectadores.
Está previsto que os estádios pendentes de inauguração oficial da Fifa sejam entregues à entidade nesta semana.
O primeiro estádio a ser entregue será o de São Paulo, na próxima quarta-feira, dia 21, que será palco da partida inaugural entre Brasil e Croácia em 12 de junho.
Os outros estádios que deverão ser entregues serão os de Curitiba, Natal e Salvador, em 25 de maio.
Três dias depois, em 28 de maio, está prevista a chegada da Austrália, a primeira seleção estrangeira que aterrissará no Brasil.
A Austrália terá seu centro de treino na cidade de Vitória.
-
1. Partidas caras
zoom_out_map
1/13 (Glauber Queiroz/Portal da Copa/ME)
São Paulo - Embora a construção ou a reforma de estádios para a
Copa do Mundo seja encarada como um dos legados que o Mundial deixará para o país, é inegável que as 12 arenas só estão prontas (ou quase) agora por causa do grande evento de junho. Não fosse isso, sabe-se lá quando o Brasil teria
estádios modernos - cujos projetos foram feitos, aliás, de forma a atender ao padrão Fifa, que determina, entre outras coisas, o tamanho mínimo daqueles que podem ser palco de jogos especiais, como a abertura e a final.
A partir destas considerações, EXAME.com levantou o custo das obras e dividiu pelo número total de jogos que cada estádio vai receber daqui a cerca de três meses. Chega-se, assim, às partidas mais caras da Copa. Sob esta perspectiva, cada jogo no Mané Garrincha, em
Brasília, sairá por R 200 milhões.
É preciso considerar que esta conta por jogo não inclui nenhum outro gasto além dos colocados diretamente nos estádios. Somados, o custo de todos eles ultrapassou R$ 8 bilhões, mas nem tudo é verba pública. Especialistas temem que alguns dos estádios se tornem elefantes brancos após a Copa, principalmente em lugares sem tradição futebolística. O governo defende, porém, que eles são agora arenas multiuso e que serão economicamente viáveis ao receber, além de jogos de
futebol, shows e eventos. O Mané Garrincha, por exemplo, já recebeu 5 eventos (3 shows internacionais entre eles) desde que foi inaugurado em maio de 2013 (além das partidas de futebol).
Atualizado dia 11/3, às 11h45
-
2. 1º Mané Garrincha (Brasília) - R$ 200 milhões por jogo
zoom_out_map
2/13 (Dean Mouhtaropoulos/Getty Images)
Custo do estádio: R$ 1,4 bilhão Número de jogos: 7 (incluindo um nas oitavas, semi final e disputa pelo 3º lugar) Jogos da 1ª fase: Suíça x Equador, Colômbia x Costa do Marfim, Camarões x Brasil, Portugal x Gana.
-
3. 2º Maracanã (Rio de Janeiro) - R$ 170 milhões por jogo
zoom_out_map
3/13 (Tânia Rego/ABr)
Custo do estádio: R$ 1,19 bilhão Número de jogos: 7 jogos (incluindo um nas oitavas, semi-final e a grande final) Jogos da 1ª fase: Argentina x Bósnia e Herzegovina, Espanha x Chile, Bélgica x Rússia, Equador x França
-
4. 3º Arena da Amazônia (Manaus) - R$ 167,3 milhões por jogo
zoom_out_map
4/13 (REUTERS/Bruno Kelly)
Custo do estádio: R$ 669,5 milhões Número de jogos: 4 (todos na primeira fase) Jogos da 1ª fase: Inglaterra x Itália, Camarões x Croácia, EUA x Portugal, Honduras x Suiça
-
5. 4º Arena Pantanal (Cuiabá) - R$ 142,5 milhões
zoom_out_map
5/13 (REUTERS/Stringer)
Custo do estádio: R$ 570 milhões Número de jogos: 4 (todos na primeira fase) Jogos da 1ª fase: Chile x Austrália, Rússia x Coréia do Sul, Nigéria x Bósnia e Herzegovina, Japão x Colômbia.
-
6. 5º Arena Corinthians (São Paulo) - R$ 136,6 milhões por jogo
zoom_out_map
6/13 (Divulgação/ Odebrecht)
Custo do estádio: R$ 820 milhões Número de jogos: 6 (incluindo um nas oitavas e uma semi-final) Jogos da 1ª fase: Brasil x Croácia, Uruguai x Inglaterra, Holanda x Chile, Coréia do Sul x Bélgica
-
7. 7º Arena Pernambuco (Recife) - R$ 106,5 milhões por jogo
zoom_out_map
7/13 (REUTERS/Ricardo Moraes)
Custo do estádio: 532,6 milhões Número de jogos: 5 (incluindo uma oitava de final) Jogos da 1ª fase: Costa do Marfim x Japão, Itália x Costa Rica, Croácia x México, EUA x Alemanha.
-
8. 8º Arena das Dunas (Natal) - R$ 100 milhões por jogo
zoom_out_map
8/13 (Portal da Copa)
Custo do estádio: R$ 400 milhões Número de jogos: 4 (todos na primeira fase) Jogos da 1ª fase: México x Camarões, Gana x EUA, Japão x Grécia, Itália x Uruguai
-
9. 9º Arena Fonte Nova (Salvador) - R$ 98,6 milhões por jogo
zoom_out_map
9/13 (Governo Federal/Portal da Copa)
Custo do estádio: R$ 591,7 milhões Número de jogos: 6 (incluindo um nas oitavas e um nas quartas-de-final) Jogos da 1ª fase: Espanha x Holanda, Alemanha x Portugal, Suiça x França, Bósnia e Herzegovina x Irã
-
10. 10º Arena Castelão (Fortaleza) - R$ 96,4 milhões por jogo
zoom_out_map
10/13 (Danilo Borges/Portal da Copa)
Custo do estádio: R$ 518,6 milhões Número de jogos: 6 (incluindo um nas oitavas e um nas quartas-de-final) Jogos da 1ª fase: Uruguai x Costa Rica, Brasil x México, Alemanha x Gana, Grécia x Costa do Marfim.
-
11. 11º Arena da Baixada (Curitiba) - R$ 82,5 milhões por jogo
zoom_out_map
11/13 (Divulgação/ CAP)
Custo do estádio: R$ 330 milhões Número de jogos: 4 (todos na primeira fase) Jogos da 1ª fase: Irã x Nigéria, Honduras x Equador, Austrália x Espanha, Argélia x Rússia.
-
12. 12º Beira-Rio (Porto Alegre) - R$ 66 milhões por jogo
zoom_out_map
12/13 (Evandro Oliveira/PMPA)
Custo do estádio: R$ 330 milhões Número de jogos: 5 (incluindo um das oitavas de final) Jogos da 1ª fase: França x Honduras, Austrália x Holanda, Coréia do Sul x Argélia, Nigéria x Argentina
-
13. Veja agora quais são os estádios da Copa que mais utilizaram recursos públicos
zoom_out_map
13/13 (Divulgação/ Consórcio Maracanã 2014)