Vai ter Carnaval de rua em São Paulo? Prefeitura decide nesta quinta
Festividades podem ser transferidas para o Autódromo de Interlagos, com exigência de certificado de vacinação; maioria das capitais cancelou evento
Carla Aranha
Publicado em 6 de janeiro de 2022 às 06h00.
Última atualização em 6 de janeiro de 2022 às 06h53.
Diante de um cenário de aumento de números de casos de covid e gripe, a prefeitura de São Paulo deve se reunir nesta quinta, dia 6, com a Vigilância Sanitária para deliberar sobre o Carnaval de rua deste ano. A maioria das capitais já cancelou as festividades, entre elas o Rio de Janeiro, Florianópolis e Fortaleza. Na Bahia, a decisão foi tomada em dezembro pelo governador Rui Costa, que determinou a suspensão dos festejos em todo o estado.
Em São Paulo, a prefeitura chegou a autorizar quase 700 blocos no Carnaval deste ano. Desses, mais de 30 cancelaram a participação no final de 2021 por causa da elevação do número de infecções pelo coronavírus e a influenza.
Associações que representam os blocos de rua de São Paulo comunicaram nesta quarta,em informe publicado nas redes sociais, que não vão participar do Carnaval paulistano mesmo que o evento seja autorizado pela prefeitura de São Paulo. “Com mais de 600 blocos regularmente inscritos para uma possível realização da nossa festa, estamos hoje, dia 5 de janeiro de 2022, totalmente inseguros quanto à possibilidade de realização do nosso carnaval, quanto às alternativas possíveis para amparar toda a cadeia produtiva envolvida no evento”, diz o texto do manifesto.
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A prefeitura de São Paulo estuda transferir o Carnaval de rua para o Autódromo de Interlagos. A ideia deve ser avaliada pelo comitê científico da cidade – a principal preocupação diz respeito a possibilidade de aglomerações. Uma saída seria exigir o certificado de vacinação na entrada do local, de acordo com a prefeitura. Caso a proposta de levar o Carnaval para Interlagos seja levada adiante, também será preciso definir quais blocos poderão participar, já que o local não comporta as multidões que acostumam acompanhar os desfiles.
Os blocos afirmaram ainda que não admitem a hipótese da realização do carnaval de rua “em lugares contidos, ao ar livre, como o Autódromo de Interlagos, Memorial da América Latina, Jockey Club, Sambódromo e outros”. “Isso é alternativa do setor privado”.
Em meio às indefinições sobre a realização do evento, a Secretaria Municipal das Subprefeituras publicou no Diário Oficial desta quarta-feira, 5, o adiamento da data de pagamento do patrocínio do carnaval para 20 de janeiro. O contrato de R$ 23 milhões foi assinado com uma empresa ligada à Ambev.
Por todo o país, os registros de covid seguem em alta. Entre terça e quarta-feira, dia 5, 18.759 pessoas testaram positivo para o coronavírus, de acordo com dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o que representa um aumento de 122,5% em comparação com a semana anterior. Na cidade de São Paulo, a variante ômicron já responde por metade do número de casos, segundo a prefeitura -- em um mês, a média de internações por síndrome respiratória aguda dobrou.