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Vacinação gratuita pelo SUS termina nesta sexta e só atingiu 45% da meta

A baixa procura pela vacina contra a poliomielite preocupa autoridades de saúde. A não imunização pode fazer com que a doença volte

Vacina contra poliomielite (Karl Tapales/Getty Images)
GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 30 de outubro de 2020 às 06h00.

Última atualização em 30 de outubro de 2020 às 10h56.

A Campanha Nacional de Vacinação contra a poliomielite termina nesta sexta-feira, 30, com um dado que preocupa autoridades sanitárias: apenas 45% do total de crianças entre 1 e 5 anos  foram vacinadas. A mobilização nacional, feita pelo Sistema Único de Saúde (SUS), começou no dia 5 de outubro e a meta era imunizar 11,2 milhões de crianças.

De acordo com dados do Ministério da Saúde , divulgados na quinta-feira, 29, a maior cobertura foi registrada entre as crianças com dois anos de idade (45%), enquanto a menor foi registrada entre as crianças de 3 anos de idade (43%).

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Entre os estados, o Amapá teve o maior índice de vacinação contra a poliomielite no país (76,4%), seguido de Pernambuco (64%) e da Paraíba (61%). A menor cobertura registrada foi do estado de Rondônia (17,3%).

Somente 646 municípios atingiram a meta de vacinar pelo menos 95% das crianças. O Ministério da Saúde ressalta que os municípios têm até o fim de novembro para registrar as doses aplicadas no sistema da pasta.

Em um momento em que há o debate sobre a obrigatoriedade da vacinação contra a covid-19, os dados são preocupantes. Em 1994, o Brasil recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) a certificação de área livre de circulação do poliovírus selvagem. O título só foi alcançado depois do esforço do governo brasileiro para disponibilizar a vacina gratuita em todo o país.

Caso as metas não sejam atingidas, a doença, que não tem cura e causa paralisia infantil, pode voltar. O Brasil, que não registrava casos de sarampo há anos, voltou a ter surtos desde 2018 por ter grande parte da população não vacinada.

Nas próximas semanas, deve entrar na pauta do Supremo Tribunal Federal uma ação de pais que defendem o direito de não vacinar o filho, com fundamento em convicções filosóficas, religiosas, morais e existenciais. O tema ganhou repercussão geral, ou seja, valerá também para a vacinação da covid-19, quando tiver um imunizante pronto e eficaz.

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