Vacina no braço? Em Joinville, imunizante é aplicado no glúteo. Entenda
Quem preferir pode receber a injeção no braço, como no resto do Brasil e do mundo. Mas dificilmente há quem se oponha à prática local, diz o porta-voz da cidade
GabrielJusto
Publicado em 28 de agosto de 2021 às 13h02.
A felicidade de tomar a vacina contra a covid tem sido compartilhada nas redes sociais através de fotos de pessoas com as mangas levantadas na hora da aplicação. Mas para fazer o mesmo registro na cidade de Joinville é preciso abaixar as calças.
Adultos deste município catarinense recebem a vacina na parte superior dos glúteos desde o início da campanha em janeiro. Mas a recente foto de uma moradora recebendo uma dose viralizou a prática que, segundo as autoridades de saúde locais, traz menos reações adversas.
"Para mim o lugar não interessa, acho que o importante é tomar a vacina. A primeira já tomei que é na região do glúteo e nunca tive nada, nenhum sintoma, nada, e estou tomando a segunda", afirmou Claudemir Da Silva, pintor de 60 anos que recebeu a segunda dose na manhã desta sexta-feira.
Jean Rodrigues, secretário de Saúde de Joinville, explica o motivo dessa alternativa: "justamente essa situação de ela ser uma aplicação intramuscular, se optou pelo ventroglútea, que é justamente onde se tem menos reações adversas à aplicação, especificamente à técnica de aplicação".
Mas essa administração da vacina na região dos glúteos ou no braço não está relacionada aos possíveis efeitos do próprio imunizante, introduzido em ambos os casos no tecido muscular para uma rápida absorção.
"Em Joinville a gente tem por protocolo que toda vacina intramuscular seja aplicada prioritariamente nesse local", disse à AFP Thiago Boeing, porta-voz do governo municipal.
A área oferece melhor espessura muscular, é livre de nervos e vasos sanguíneos e coberta por uma camada mais fina de gordura, detalha um documento do Ministério da Saúde local. No entanto, quem preferir pode receber a injeção no braço, como no resto do Brasil e do mundo. Mas dificilmente há quem se oponha à prática local, diz o porta-voz da cidade.
Marli Schneider Helmert garante que "de forma alguma" se sentiu exposta ao receber esta vacina alternativa. "Não senti nada, só ficou vermelho no local, normal. De reação nada, tranquilo. E minha mãe fez no braço a Coronavac e não conseguia levantar o braço".
Independentemente do local de aplicação, 357.679 habitantes de Joinville receberam a primeira dose e 150.667 já foram totalmente imunizados, cerca de 60% e 25% do total, segundo registros oficiais. Desde o início da pandemia, a cidade acumulou 107.664 infecções e 1.735 mortes.