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União vai gastar R$ 35 milhões para manter Parque Olímpico

Quatro instalações do Parque Olímpico da Barra geridas pela União deverão custar cinco vezes mais do que no ano passado

Arcos do parque: ainda assim, valor é menor do que se previa gastar quando a PPP para administrar o local fracassou (Ricardo Moraes/Reuters)

Arcos do parque: ainda assim, valor é menor do que se previa gastar quando a PPP para administrar o local fracassou (Ricardo Moraes/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de janeiro de 2018 às 10h44.

Rio - Quatro instalações do Parque Olímpico da Barra geridas pela União deverão custar cinco vezes mais do que no ano passado - mas, ainda assim, menos do que se previa gastar quando a prometida Parceria Público-Privada (PPP) para administrar o local fracassou. A estimativa da Autoridade de Governança do Legado Olímpico (Aglo) é de que sejam necessários R$ 35 milhões em 2018 para manter os locais em funcionamento.

Criada no ano passado, a Aglo tem previsão de encerrar as suas atividades no segundo semestre do próximo ano, mas, com os custos envolvidos na administração das arenas, já se cogita tornar a autarquia em algo permanente.

A entidade administra as Arenas Carioca 1 e 2, o Velódromo e o Centro de Tênis. No ano passado, o governo federal estimou que essas instalações iriam consumir R$ 45 milhões dos cofres públicos, mas foram necessários "apenas" R$ 6,66 milhões. O valor se somou a R$ 1,3 milhão que veio em contrapartidas de entes privados que usaram as instalações olímpicas ao longo do ano.

Presidente da Aglo, Paulo Márcio Dias Mello explica a discrepância entre os valores previstos e os executados. "Quando foi construído o orçamento do Parque Olímpico não havia ainda a Aglo. A gente não vivenciava as necessidades, ele foi feito em cima de estimativas", explicou. "Tínhamos estimativas dos últimos 12 meses de conta de luz, água, o que incluiu o período olímpico. As contas eram muito maiores".

Ele ressalta também que licitações previstas para o ano passado só agora começam a ser realizadas, como contratação de empresas para a manutenção predial, limpeza, segurança e brigadistas. Até então, o serviço era executado pela Prefeitura do Rio de Janeiro.

Paulo Márcio Dias Mello considera que o primeiro ano da autarquia foi "maravilhoso". "Eu ouvia dizer que isto aqui ia ser um elefante branco e não aconteceu isso", afirmou. "Tive em média aproximadamente 14 eventos por mês aqui no nosso legado olímpico, alguns de porte internacional".

FUTURO - Criada em março do ano passado, a Aglo tem previsão de encerrar as suas atividades em julho do próximo ano. Depois disso, a intenção é que as instalações olímpicas sob gestão da União passem para a iniciativa privada, um projeto previsto desde que o Rio de Janeiro foi escolhido como sede dos Jogos Olímpicos, em 2009, e que acabou não acontecendo por falta de interessados.

O ministério do Esporte planeja que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) desenhe um novo projeto de PPP para o Parque Olímpico. Para isso, o BNDES precisará contratar uma consultoria especializada no tema. Em uma previsão otimista, o estudo estaria concluído apenas no segundo semestre.

O curioso é que, apesar de considerar que o ano da Aglo superou expectativas, Paulo Márcio Dias Mello admite que a gestão das arenas pode não interessar à iniciativa privada. "Isso envolve a situação econômica do momento, (o fato de) que estas arenas estão em meio ao Riocentro e outros locais de locação para esporte e entretenimento. Não sei se a iniciativa privada estaria disposta a correr o risco e investir nisso", ponderou.

Ele, contudo, apresenta uma alternativa. "Falando como presidente da Aglo e como cidadão: eu acredito muito, mas muito mesmo, que é possível fazer uma gestão deste Parque Olímpico, principalmente voltado para esportes de alto rendimento e projetos de inclusão social, através desta autarquia federal se tornando definitiva. Esta é uma opinião minha".

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