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Um novo impulso aos transportes

Os investimentos planejados para concluir as obras de infra-estrutura do setor atingiram a cifra recorde de 108 bilhões de reais e se equiparam aos de energia Marcelo Gutierres

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h30.

Nas próximas páginas, o Anuário EXAME apresenta uma lista de 741 obras de infra-estrutura em projeto ou em execução em todo o país nos setores de energia, petróleo, gás e biocombustíveis, saneamento básico e transportes. A conclusão desses projetos -- considerados fundamentais para eliminar os principais gargalos que travam o crescimento econômico do país -- vai exigir um investimento total de 292 bilhões de reais nos próximos anos. A exemplo do que ocorreu desde a primeira edição do anuário, em 2005, o setor de energia é o que vai demandar maior volume de recursos para o término das obras que fazem parte da lista: quase 111 bilhões de reais, ou 38% do total. A boa novidade é o crescimento dos investimentos destinados à infra-estrutura de transportes. Para finalizar as 388 obras do setor, será necessário aplicar 108 bilhões de reais (52%). Em seguida, vêm os investimentos necessários para o setor de petróleo, gás e biocombustíveis, com 62 bilhões de reais (21%). Por último -- bem abaixo dos demais setores --, estão os recursos previstos para o saneamento básico, com 11 bilhões de reais (4%).

A diferença entre os volumes dos investimentos previstos para os setores de energia e de transportes -- menos de 3 bilhões de reais -- é a menor já registrada desde a primeira edição do anuário. É um claro indício da importância que a área de transportes ganhou no país nos últimos anos. É fácil entender por quê. As deficiências nesse setor se avolumam a cada ano: estradas esburacadas, aeroportos congestionados, hidrovias subutilizadas, ferrovias sucateadas, portos sobrecarregados. Esse panorama desalentador mudará drasticamente se a maior parte das obras da lista sair realmente do papel. Algumas delas são mais urgentes, como a reforma e a modernização dos principais aeroportos, o que ajudaria a tirar o país da atual crise aérea. A lista deste ano traz 28 obras em projeto ou em construção no sistema aeroportuário. A conclusão dessas obras exigirá investimentos de 4 bilhões de reais. A maior iniciativa beneficia o aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, que deverá receber 1 bilhão de reais para a construção do novo terminal de passageiros e obras complementares. No entanto, a idéia ainda está na fase de projeto e não deve ser concretizada antes de 2014. Ainda no setor de transportes, merece destaque o bem-sucedido leilão de concessão de sete lotes de rodovias federais, num total de 2 600 quilômetros. As empresas vencedoras do leilão, realizado no início de outubro, deverão investir 20 bilhões de reais em recuperação e melhoria das estradas nos próximos 25 anos.

Um dado preocupante é que quase uma em cada quatro obras da lista apresenta algum tipo de empecilho para sua execução. O problema mais freqüente é a falta de recursos financeiros, que afeta 79 obras, seguida por questões ambientais, que prejudicam 72 projetos, sobretudo no setor de energia. Por outro lado, um aspecto positivo é que, do total de obras, 421 (57%) estão em andamento. Ou seja, a maior parte ultrapassou a fase de projeto e encontra-se em execução. No entanto, 196 delas já tiveram o prazo de término prorrogado pelo menos uma vez, o que significa atraso em 46% das obras em andamento.

Na distribuição das obras por estados, o Rio de Janeiro mantém, pelo segundo ano seguido, a posição de líder em volume de investimentos previstos para a conclusão das obras. No total, são 46,6 bilhões de reais concentrados em projetos no setor petroquímico. Um deles, a construção do Complexo Petroquímico Integrado para a produção de 150 000 barris de petróleo por dia a partir de 2012, vai consumir 18,5 bilhões de reais -- é a obra mais cara do anuário. O estado de São Paulo, que supera o do Rio de Janeiro em número de obras (de 67 a 28), fica em segundo lugar em volume de investimentos previstos, com 36,1 bilhões de reais.

As 10 obras mais caras

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