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Um único avião fecha aeroporto de Viracopos por dois dias

Desde sábado, mais de 400 voos foram cancelados no aeroporto de Campinas por causa de um único avião de carga avariado na pista. Para ex-presidente da Infraero, prazo é inaceitável


	Avião da Azul em Viracopos: passageiros da empresa, que tem 85% dos voos concentrados em Campinas, foram os mais prejudicados. Não há previsão ainda para reabertura do terminal 
 (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

Avião da Azul em Viracopos: passageiros da empresa, que tem 85% dos voos concentrados em Campinas, foram os mais prejudicados. Não há previsão ainda para reabertura do terminal  (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 15 de outubro de 2012 às 13h55.

São Paulo – Um problema com um avião de carga que aterrissava em Campinas (SP) no sábado deu mostras de que se pode fechar um aeroporto brasileiro por dois dias sem que nenhum acidente grave tenha acontecido. Desde o início da noite do dia 13, nenhum voo decola ou pousa em Viracopos, um dos dez aeroportos mais movimentados do país e o segundo que mais escoa produtos brasileiros para o exterior. E não há previsão de quando ele voltará a operar.

“É um tempo absurdamente grande. Isso é para ser medido em horas, não dias”, afirmou Adyr da Silva, ex-presidente da Infraero.

O resultado é que a Azul, companhia aérea que centraliza seus voos em Viracopos, teve 450 voos cancelados até o momento. Todos os marcados até às 15h de hoje não voarão. A empresa já avisou que, caso a aeronave de carga da norteamericana Centurion Cargo não seja removida até este horário, outros serão cancelados.

No sábado, o avião MD-11 da Centurion teve problemas no trem de pouso ao aterrissar e danificou a pista de maneira superficial. As avarias já foram consertadas, de acordo com a Infraero. Mesmo assim, uma vistoria será feita após a remoção da aeronave.

Passageiros da Gol, TAM, TAP e Trip também foram prejudicados. As companhias aéreas defendem que estão redirecionando voos para os aeroportos de Congonhas ou Guarulhos, afirmam que estão remarcando passagens sem multa ou fornecendo acomodação aos que foram prejudicados em pleno feriado do Dia das Crianças.

A Azul pede aos passageiros que só saiam de casa hoje ao confirmar a normalização das operações pelo site da companhia ou call center.

Despreparo
Nas ruas do país já se torna cada vez mais comum a expressão “e na Copa?”, indicando a descrença da população do que pode vir a ocorrer quando o Brasil for inundado de estrangeiros no Mundial de 2014. O certo é que, por enquanto, não se pode esperar rapidez em casos de emergências.

Parte dos equipamentos necessários para remover a grande aeronave de carga só chegaram na manhã de hoje a Viracopos. Mas quando exatamente o trabalho - comandado por uma equipe de 70 pessoas, segundo a assessoria da Infraero – será concluído permanece uma incógnita. Ninguém ficará espantado se o terminal que mais recebe aviões com carga estrangeira do país completar dois dias, ou mais, paralisado.

Para Adyr da Silva, que é também o atual presidente do Instituto de Transporte Aéreo do Brasil, a Infraero não tem – ou ao menos não em condições de executar – um Plano de Remoção de Aeronave Avariada.


“Quando esse plano é feito, levanta-se todas as disponibilidades mobilizáveis para tirar o avião mais critico (maior e mais pesado) que opera no aeroporto”, defende o ex-presidente da Infraero.

EXAME.com aguarda resposta da assessoria de imprensa da empresa para saber se o plano citado existe, com aprovação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

A demora para resolver incidentes como esse aumenta ainda mais as críticas aos terminais sob gestão pública no Brasil.

No caso de Viracopos, o consórcio que venceu o leilão no começo deste ano irá assumir completamente a gestão do aeroporto em fevereiro do ano que vem. Atualmente, segundo a Infraero, ocorre uma transição de comando.

A nova companhia ficará responsável por todas as obras necessárias para preparar o aeroporto para a Copa de 2014 e para fazer jus ao hub de exportação e importação de cargas que já é hoje, com crescente movimentação de passageiros.

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