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Um ano depois de filiação, Joaquim Barbosa se reaproxima do PSB

Após ser especulado candidato à Presidência, ex-ministro do Supremo vai começar a participar mais da vida partidária

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa (Fellipe Sampaio/SCO/STF/Divulgação)

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa (Fellipe Sampaio/SCO/STF/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de abril de 2019 às 08h10.

São Paulo — Um ano depois de assinar sua filiação ao PSB para disputar o Palácio do Planalto, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa se reaproximou do partido. Em reunião com o presidente da legenda, Carlos Siqueira, na semana passada, ficou combinado que o magistrado vai integrar um conselho de relações internacionais que vai formular o discurso da legenda na área.

O colegiado será coordenado pelo deputado Alessandro Molon (RJ), líder da oposição no Congresso e nomeado secretário de relações internacionais do PSB nacional. A participação de Barbosa foi comemorada entre os pessebistas, que enxergam nele um potencial candidato presidencial em 2022, além de um símbolo da chamada " nova política" que pode ajudar a eleger prefeitos ano que vem.

"A minha insistência com a candidatura dele ano passado era porque eu já fazia o exame que aquela eleição não podia dar em boa coisa. O sistema político estava necrosado, como continua. Era preciso trazer gente nova, não profissional, para o mundo da política", disse Siqueira ao jornal O Estado de S. Paulo. Procurado, Barbosa não foi encontrado.

Segundo o dirigente pessebista, o partido não teve na ocasião a "compreensão exata" do momento. "Algumas lideranças não reagiram tão bem ou não tiveram entusiasmo (com a candidatura Barbosa). Ele não se sentiu muito seguro e acabou desistindo. A história podia ter sido completamente diferente se eu tivesse mantido a candidatura."

O deputado federal Júlio Delgado (MG) lembra que uma das ponderações internas feitas, à época, à candidatura de Barbosa era a ausência de vida partidária antes da filiação. "Se ele trazer na secretaria suas contribuições, participar de reuniões, falar com a militância e ajudar na formação política, acredito que isso pode ser visto como uma boa entrada", afirmou.

Para o parlamentar, o governo tem deixado a desejar em aspectos internacionais e Barbosa pode contribuir nessa área. "O Joaquim tem uma visão mais global do processo que estamos colocados, e vê por aí um caminho para começar a ter essa militância que, lá na frente, pode caminhar para uma candidatura", afirmou. Delgado ressaltou, no entanto, que Barbosa pode apenas entrar no mundo partidário e não disputar eleições, como o próprio presidente do PSB.

Filiação

No dia 6 abril de 2018, uma sexta-feira, Barbosa aproveitou que o foco da imprensa estava na iminente prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assinar sua ficha de filiação ao PSB. Ele pediu ao partido que a formalidade fosse discreta, sem festa e nem discurso político para evitar associações entre a sua entrada no partido e a mobilização nacional em torno da prisão do petista.

Pouco mais de um mês depois, o magistrado desistiu de concorrer à Presidência e surpreendeu o PSB ao fazer ao anúncio em sua conta no Twitter. Segundo ele, a "decisão foi estritamente pessoal". Na véspera do segundo turno da eleição, declarou seu voto nas redes sociais. "Pela primeira vez em 32 anos de exercício do direito de voto, um candidato me inspira medo. Por isso, votarei em Fernando Haddad", escreveu ele, fazendo oposição a Jair Bolsonaro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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