Um a menos: Serraglio na Justiça
Deputado federal por cinco mandatos seguidos, Osmar Serraglio (PMDB-PR) será o novo ministro da Justiça do governo Michel Temer. O gaúcho de Erechim substitui Alexandre de Moraes, indicado ao Supremo Tribunal Federal. Serraglio sai da presidência da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara para assumir a pasta em meio à crise de segurança nos […]
Da Redação
Publicado em 23 de fevereiro de 2017 às 18h33.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h37.
Deputado federal por cinco mandatos seguidos, Osmar Serraglio (PMDB-PR) será o novo ministro da Justiça do governo Michel Temer. O gaúcho de Erechim substitui Alexandre de Moraes, indicado ao Supremo Tribunal Federal. Serraglio sai da presidência da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara para assumir a pasta em meio à crise de segurança nos presídios e nas ruas de Espírito Santo e Rio de Janeiro, além da instauração do Plano Nacional de Segurança. Foram 17 dias de discussões entre o presidente Temer e aliados para definir o substituto de Moraes.
Serraglio é vice-líder do partido na Câmara e, em 2006, foi relator da CPMI dos Correios, que investigou o mensalão. Assume o papel de controle na Operação Lava-Jato sendo um de seus aliados históricos o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). De qualquer forma, a indicação atende anseio do PMDB, que, só para variar, pedia mais espaço. O problema de nomear políticos para cargos de peso é que políticos, e os do PMDB em especial, querem sempre mais.
Uma ala do PMDB promete incomodar o Planalto. O 1º vice-presidente da Casa, Fábio Ramalho (PMDB-MG), declarou estar rompido com o governo, pulando a cerca para a oposição. Ramalho disputou com Serraglio o cargo na Mesa Diretora da Câmara no início do mês, e ambos acabaram derrotados. Serraglio acabou caindo para cima. Ramalho não gostou.
A insatisfação pode prejudicar o andamento das reformas de ajuste que tramitarão no Congresso. Temer dependerá de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para pautar os temas e não poderá deixar Ramalho tomar controle de sessões importantes. Isso o faz não se afastar do Planalto, pois Maia é obrigado a sucedê-lo na presidência da República, deixando o campo livre para um opositor na Câmara. O presidente ainda precisa gerenciar a pressão que a vaga de José Serra (PSDB-SP) no Itamaraty vai causar. Será a oitava troca de ministro do governo Temer. Quando uma indicação se resolve, outro pepino aparece.