OSMAR SERRAGLIO: o deputado peemedebista foi escolhido como novo ministro da Justiça / Veja.com
Da Redação
Publicado em 23 de fevereiro de 2017 às 18h33.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h37.
Deputado federal por cinco mandatos seguidos, Osmar Serraglio (PMDB-PR) será o novo ministro da Justiça do governo Michel Temer. O gaúcho de Erechim substitui Alexandre de Moraes, indicado ao Supremo Tribunal Federal. Serraglio sai da presidência da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara para assumir a pasta em meio à crise de segurança nos presídios e nas ruas de Espírito Santo e Rio de Janeiro, além da instauração do Plano Nacional de Segurança. Foram 17 dias de discussões entre o presidente Temer e aliados para definir o substituto de Moraes.
Serraglio é vice-líder do partido na Câmara e, em 2006, foi relator da CPMI dos Correios, que investigou o mensalão. Assume o papel de controle na Operação Lava-Jato sendo um de seus aliados históricos o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). De qualquer forma, a indicação atende anseio do PMDB, que, só para variar, pedia mais espaço. O problema de nomear políticos para cargos de peso é que políticos, e os do PMDB em especial, querem sempre mais.
Uma ala do PMDB promete incomodar o Planalto. O 1º vice-presidente da Casa, Fábio Ramalho (PMDB-MG), declarou estar rompido com o governo, pulando a cerca para a oposição. Ramalho disputou com Serraglio o cargo na Mesa Diretora da Câmara no início do mês, e ambos acabaram derrotados. Serraglio acabou caindo para cima. Ramalho não gostou.
A insatisfação pode prejudicar o andamento das reformas de ajuste que tramitarão no Congresso. Temer dependerá de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para pautar os temas e não poderá deixar Ramalho tomar controle de sessões importantes. Isso o faz não se afastar do Planalto, pois Maia é obrigado a sucedê-lo na presidência da República, deixando o campo livre para um opositor na Câmara. O presidente ainda precisa gerenciar a pressão que a vaga de José Serra (PSDB-SP) no Itamaraty vai causar. Será a oitava troca de ministro do governo Temer. Quando uma indicação se resolve, outro pepino aparece.