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Tucanos apoiam protestos, mas são contra impeachment

Novos protestos de rua estão marcados para o dia da Proclamação da República, em todo o País


	Manifestação pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, em São Paulo
 (Instagram/Lobaow)

Manifestação pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, em São Paulo (Instagram/Lobaow)

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Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2014 às 19h07.

São Paulo - Novos protestos de rua estão marcados para amanhã (15), data da Proclamação da República, em todo o País, que vão desde o pedido de impeachment da presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) até a anulação dessas eleições.

Em evento realizado nesta sexta-feira em São Paulo, que reuniu a cúpula do PSDB, os dirigentes foram unânimes no apoio às manifestações de rua, como forma de protesto contra o que eles classificam de "desmandos" e "roubalheira" do governo do PT.

Contudo, se posicionaram contrários a algumas teses que começaram a ganhar força em alguns grupos, como o pedido de impeachment da presidente e a volta dos militares.

O governador reeleito de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse que manifestação é um direito constitucional, mas é "totalmente contra" essas teses de impeachment de Dilma e da volta dos militares.

"Democracia é um valor da sociedade, são regras de convivência, dos contrários", reiterando que é "totalmente contra essas teses que ganharam as ruas e isso não tem repercussão na sociedade".

Na mesma linha, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), que foi vice na chapa presidencial de Aécio Neves, disse que é a favor desses movimentos, mas por razões obvias, não concorda com o pedido da volta dos militares ao poder.

Quando foi líder estudantil, da Universidade de Direito do Largo São Francisco (USP), Aloysio integrou as fileiras do Partido Comunista Brasileiro (PCB), seguiu os guerrilheiros Carlos Marighella e Joaquim Câmara Ferreira na Aliança Libertadora Nacional (ALN) e participou do assalto ao trem pagador.

Perseguido pelo regime militar, exilou-se na França em 1968 e voltou ao País com a anistia.

Em entrevista ao Broadcast Político, serviço da Agência Estado de notícias em tempo real, o senador tucano classificou como uma tentativa de desqualificar o desejo legítimo das pessoas se manifestarem nas ruas contra o atual governo, movimento que cresceu após as eleições de outubro, as acusações feitas por setores ligados ao PT de que o PSDB estaria dando guarida a grupos direitistas, como os que pedem a volta dos militares, nos protestos de rua.

Nos discursos que os tucanos realizaram no evento, que teve como mote o agradecimento do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à população do Estado pela votação história que teve em São Paulo neste pleito, a tônica principal foi a crítica à gestão petista e o apoio às manifestações de rua, porém, dentro das regras democráticas e com respeito às instituições.

"Não somos contra o Brasil, mas contra os desmandos dos que estão governando o País", disse FHC.

Segundo Fernando Henrique, hoje existe democracia no Brasil, portanto, é dever do seu partido e os coligados preservar a democracia e a liberdade, respeitando as regras do jogo e a Constituição.

"Aceitando as derrotas e estando sempre dispostos - derrotados ou vitoriosos - a cumprir a lei e a defender o Brasil e este espírito brasileiro renasceu." E emendou que o Brasil saiu maior desta campanha, com mais vigor e não dividido.

Enquanto estava fazendo o seu discurso, o senador Aécio Neves foi interrompido por uma correligionária que cobrou o impeachment da presidente Dilma Rousseff, dizendo que amanhã ela iria estar nas ruas pedindo justamente isso.

Em resposta, o tucano disse que defendia a manifestação do povo nas ruas, "mas dentro das regras democráticas". E frisou: "Nosso limite é o respeito à democracia."

Auditoria das eleições

O senador Aloysio disse que o pedido de auditoria feito pelo PSDB a fim de verificar a lisura da eleição presidencial já foi deferido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e estão sendo tomadas as providências, especialmente a constituição de uma comissão independente que o partido propôs.

"Isso não é para contestar o resultado dessas eleições, mas para checar ponto a ponto todo o processo de credenciamento das urnas eletrônicas, das modalidades de fiscalização e apuração dos resultados para que tenhamos maior segurança quanto à lisura das apurações."

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