Funcionários e alunos da USP durante um protesto na entrada do campus no Butantã (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 10 de setembro de 2014 às 18h59.
São Paulo - Após audiência de conciliação entre representantes da reitoria da Universidade de São Paulo (USP) e dos trabalhadores da instituição na Justiça do Trabalho, o desembargador Davi Furtado Meirelles decidiu convocar o reitor Marco Antonio Zago e o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Nelson Luiz Baeta, para nova audiência na próxima quarta-feira, 17.
Os trabalhadores estão em greve há mais de três meses.
Os representantes da reitoria alegaram que a discussão da proposta de abono de 28,6%, feita pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) na semana passada, só poderia ser feita no Conselho Universitário, instância máxima da instituição. O órgão se reunirá somente na tarde da próxima terça-feira, 16.
"Só é mais desgaste o senhor reitor aguardar mais uma semana", criticou o magistrado do TRT. "A bola estava com ele. Ele podia pegar a bola, botar na marca do pênalti e fazer o gol. Ele preferiu carregar a bola para o vestiário", completou Meirelles.
Com o impasse, a audiência de conciliação terminou sem novas determinações. Nessa terça-feira, 09, o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) decidiu que cada instituição decidiria separadamente sobre o abono dado a seus funcionários e professores. A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp) já sinalizaram que vão oferecer abono de 28,6% aos professores e funcionários.
O abono servirá para cobrir a defasagem salarial desde maio, quando começou a negociação do dissídio. Na semana passada, os reitores já haviam proposto reajuste de 5,2% para as duas categorias.