José Serra, candidato do PSDB à Presidência, e Dilma Rousseff, candidata do PT (Antônio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 3 de agosto de 2012 às 20h08.
Brasília - Se perfeição fosse regra básica para vencer eleição os candidatos estariam perdidos. Tropeços em um terreno delicado como a disputa presidencial podem ser fatais e perseguiram tanto Dilma Rousseff (PT) quanto José Serra (PSDB) na corrida para o Planalto.
É difícil medir o alcance de um desvio, mas alguns chegam a segurar um passo vitorioso. Do lado dilmista, um erro flagrante colaborou para impedir a candidata de vencer no primeiro turno, como apontava parcela das pesquisas.
O QG da candidata não reagiu a tempo à forte campanha via Internet que visava à desconstrução da imagem de Dilma, no que foi considerada por especialistas a campanha presidencial mais negativa dos últimos anos.
Questões morais, como a legalização do aborto e do casamento entre homossexuais foram exploradas à exaustão em emails apócrifos enviados a eleitores com a afirmativa de que Dilma pretendia trilhar este caminho. Colocadas na sociedade, as questões acenderam o alerta da Igreja Católica e de lideranças evangélicas.
"O PT não estava preparado para esta guerra na Internet e não sabia responder. Faltou preparo para a guerrilha", disse à Reuters o cientista político Marcus Figueiredo, do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ.
Do lado tucano, Serra enfrentou desgaste na escolha do vice da chapa. Para começar, deixou o anúncio do companheiro de chapa para depois da convenção tucana que homologou seu nome.
Em um primeiro movimento, deixou vazar que seria o senador tucano Alvaro Dias sua primeira opção. Mas devido à forte reação do DEM, cedeu ao aliado ao escolher um deputado jovem e pouco conhecido, Indio da Costa, para surpresa do cenário político.
Para o professor Marcus Figueiredo, foi uma tentativa infrutífera de Serra de se afastar do DEM.