Ex-presidente Lula discursa após depoimento a Moro em Curitiba, dia 10/05/2017 (Paulo Whitaker/Reuters)
Talita Abrantes
Publicado em 10 de maio de 2017 às 21h36.
Última atualização em 12 de maio de 2017 às 12h49.
São Paulo - Em depoimento ao juiz Sergio Moro nesta quarta-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu que visitou o tríplex 164-A do Edifício Solaris de 215 metros quadrados do Edifício Solaris, na Praia das Astúrias, no Guarujá, litoral de São Paulo. Mas, segundo ele, a visita o levou a acreditar que o apartamento era muito pequeno para uma família como a dele.
“No dia em que eu fui ver, eu me dei conta de que não era possível que eu tivesse um apartamento na Praia das Astúrias. Eu não teria como visitar a praia. Segundo, o apartamento era muito pequeno para uma família de cinco filhos , oito netos e agora uma bisneta”, afirmou.
De acordo com o ex-presidente, a decisão, no entanto, não foi comunicada à OAS pois sua esposa, Marisa Letícia, tinha dúvidas se poderia manter o apartamento como uma espécie de investimento.
“A verdade é o seguinte: não solicitei, não recebi, não paguei e não tenho nenhum tríplex”, afirmou Lula, em seu primeiro momento frente a frente com o juiz da Lava Jato, em Curitiba.
A denúncia do Ministério Público Federal sustenta que Lula recebeu R$ 3,7 milhões em benefício próprio – de um valor de R$ 87 milhões de corrupção – da empreiteira OAS, entre 2006 e 2012.
As acusações contra Lula são relativas ao recebimento de vantagens ilícitas da empreiteira por meio do triplex 164-A no Edifício Solaris, no Guarujá (SP), e ao armazenamento de bens do acervo presidencial, mantido pela Granero de 2011 a 2016.
Na reforma supostamente bancada pela OAS, o apartamento de 215 metros quadrados recebeu até um elevador.