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Transposição do Rio Paraíba do Sul divide prefeitos

Proposta vem dividindo os chefes de executivo, que temem que a transposição possa prejudicar o abastecimento das 40 cidades que compõem o Vale do Paraíba

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2014 às 20h29.

Campos do Jordão - Os prefeitos da região do Vale do Paraíba aproveitaram o Congresso Estadual de Municípios, que termina neste sábado, 22, em Campos do Jordão, para discutir o projeto de transposição do Rio Paraíba do Sul, cujas águas deverão ser transportadas a partir da Represa Jaguari, em Igaratá, para o Sistema Cantareira. A proposta vem dividindo os chefes de executivo, que temem que a transposição possa prejudicar o abastecimento das 40 cidades que compõem o Vale do Paraíba.

Para o prefeito de São José dos Campos, Carlos Almeida (PT), o projeto precisa de maior debate com moradores e estudos técnicos de viabilidade. "A região não se nega a ajudar a população de São Paulo, mas é necessário discutir melhor a proposta, com bastante responsabilidade."

Grande parte das cidades com prefeitos favoráveis ao projeto não sofrerá problemas no abastecimento, já que seus municípios são atendidos por outros rios da região. É o caso de Redenção da Serra. "Somos atendidos pelo Rio Paraitinga e não teremos problemas. Porém, temos que ter cuidado, pois já abastecemos o Rio de Janeiro e agora atendendo a capital, podemos ter problemas futuros", avalia o prefeito Benedito Manoel de Moraes (PMDB). O prefeito de Lagoinha, José Galvão da Rocha (PSDB), também afirma que sua cidade não enfrentará dificuldades com a transposição. "Vou acompanhar o que a maioria dos prefeitos decidir."

O prefeito de Jambeiro, Altemar Mendes (DEM), também disse ser favorável à proposta. "Temos que ajudar a população paulistana que enfrenta dificuldades." Sua cidade é atendida pelo Rio Capivari. O prefeito de Natividade da Serra, Benedito Carlos de Campos Silva (PSDB), também manifestou-se favorável ao projeto. "A transposição não vai atrapalhar nossa cidade e precisamos abastecer e ajudar o Rio de Janeiro."

A vereadora Renata Paiva, de São José dos Campos, afirmou que a transposição poderá provocar também fuga das indústrias na região e prejudicará o turismo náutico. "Os municípios irão barrar novos empreendimentos industriais devido ao alto consumo de água que essas fábricas geram. E se a estiagem se prolongar, entre setembro e outubro poderemos ter uma situação pior que a registrada no apagão de 2003".


Vale do Ribeira

O governo do Estado também pretende transpor água do Rio Juquiá, no Vale do Ribeira, para suprir o abastecimento na capital paulista. De acordo com o projeto, que está em fase de licenciamento ambiental e deverá custar R$ 1,8 bilhão, segundo a Sabesp, o volume deverá abastecer 3,5 milhões de habitantes da região Oeste de São Paulo.

De acordo com o presidente do Consórcio de Desenvolvimento Intermunicipal do Vale do Ribeira (Codivar) e prefeito de Jacupiranga, José Cândido Macedo Filho (PSDB), a transposição não afetará o abastecimento na região, já que o volume encontra-se alto. Segundo ele, de acordo com o projeto da Sabesp, deverão ser transportados 4,7 milhões de metros cúbicos por segundo, o que representa um terço do volume total do Rio Juquiá.

Segundo Filho, o projeto, que será executado por meio de parceria público-privada, está em fase avançada e consiste em levar a água até uma estrutura já existente em São Paulo, que de lá fará a distribuição deste volume. O aqueduto deverá ter 87 quilômetros de extensão. "Com esta transposição, essa região de São Paulo deixará de ser abastecida pelo Sistema Cantareira, que terá sobra de volume para atender a demanda das outras regiões da capital", explica o prefeito.

Segundo o superintendente da Sabesp no Vale do Ribeira, José Francisco Gomes Júnior, o projeto está em fase de licenciamento ambiental e haverá necessidade de desapropriações. "Estamos trabalhando nesta etapa do projeto nos últimos seis meses e as obras deverão durar ao menos dois anos". Segundo Júnior, o Estado deverá realizar algumas contrapartidas, como a dotação de 100% de coleta de água e tratamento de esgoto nos municípios de Juquiá e São Lourenço da Serra. "Futuramente, esse volume de água também poderá ser utilizado para produção de energia, que é um dos fatores mais problemáticos da região."

Ao contrário do projeto de transposição do Rio Paraíba do Sul, o prefeito de Jacupiranga, que também é membro do Comitê de Bacias Hidrográficas do Vale do Ribeira, haverá cobrança para o uso da água. "Estimamos um faturamento de R$ 6,5 milhões ao ano, que serão distribuídos às 25 cidades da região."

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Campos do Jordão - Os prefeitos da região do Vale do Paraíba aproveitaram o Congresso Estadual de Municípios, que termina neste sábado, 22, em Campos do Jordão, para discutir o projeto de transposição do Rio Paraíba do Sul, cujas águas deverão ser transportadas a partir da Represa Jaguari, em Igaratá, para o Sistema Cantareira. A proposta vem dividindo os chefes de executivo, que temem que a transposição possa prejudicar o abastecimento das 40 cidades que compõem o Vale do Paraíba.

Para o prefeito de São José dos Campos, Carlos Almeida (PT), o projeto precisa de maior debate com moradores e estudos técnicos de viabilidade. "A região não se nega a ajudar a população de São Paulo, mas é necessário discutir melhor a proposta, com bastante responsabilidade."

Grande parte das cidades com prefeitos favoráveis ao projeto não sofrerá problemas no abastecimento, já que seus municípios são atendidos por outros rios da região. É o caso de Redenção da Serra. "Somos atendidos pelo Rio Paraitinga e não teremos problemas. Porém, temos que ter cuidado, pois já abastecemos o Rio de Janeiro e agora atendendo a capital, podemos ter problemas futuros", avalia o prefeito Benedito Manoel de Moraes (PMDB). O prefeito de Lagoinha, José Galvão da Rocha (PSDB), também afirma que sua cidade não enfrentará dificuldades com a transposição. "Vou acompanhar o que a maioria dos prefeitos decidir."

O prefeito de Jambeiro, Altemar Mendes (DEM), também disse ser favorável à proposta. "Temos que ajudar a população paulistana que enfrenta dificuldades." Sua cidade é atendida pelo Rio Capivari. O prefeito de Natividade da Serra, Benedito Carlos de Campos Silva (PSDB), também manifestou-se favorável ao projeto. "A transposição não vai atrapalhar nossa cidade e precisamos abastecer e ajudar o Rio de Janeiro."

A vereadora Renata Paiva, de São José dos Campos, afirmou que a transposição poderá provocar também fuga das indústrias na região e prejudicará o turismo náutico. "Os municípios irão barrar novos empreendimentos industriais devido ao alto consumo de água que essas fábricas geram. E se a estiagem se prolongar, entre setembro e outubro poderemos ter uma situação pior que a registrada no apagão de 2003".


Vale do Ribeira

O governo do Estado também pretende transpor água do Rio Juquiá, no Vale do Ribeira, para suprir o abastecimento na capital paulista. De acordo com o projeto, que está em fase de licenciamento ambiental e deverá custar R$ 1,8 bilhão, segundo a Sabesp, o volume deverá abastecer 3,5 milhões de habitantes da região Oeste de São Paulo.

De acordo com o presidente do Consórcio de Desenvolvimento Intermunicipal do Vale do Ribeira (Codivar) e prefeito de Jacupiranga, José Cândido Macedo Filho (PSDB), a transposição não afetará o abastecimento na região, já que o volume encontra-se alto. Segundo ele, de acordo com o projeto da Sabesp, deverão ser transportados 4,7 milhões de metros cúbicos por segundo, o que representa um terço do volume total do Rio Juquiá.

Segundo Filho, o projeto, que será executado por meio de parceria público-privada, está em fase avançada e consiste em levar a água até uma estrutura já existente em São Paulo, que de lá fará a distribuição deste volume. O aqueduto deverá ter 87 quilômetros de extensão. "Com esta transposição, essa região de São Paulo deixará de ser abastecida pelo Sistema Cantareira, que terá sobra de volume para atender a demanda das outras regiões da capital", explica o prefeito.

Segundo o superintendente da Sabesp no Vale do Ribeira, José Francisco Gomes Júnior, o projeto está em fase de licenciamento ambiental e haverá necessidade de desapropriações. "Estamos trabalhando nesta etapa do projeto nos últimos seis meses e as obras deverão durar ao menos dois anos". Segundo Júnior, o Estado deverá realizar algumas contrapartidas, como a dotação de 100% de coleta de água e tratamento de esgoto nos municípios de Juquiá e São Lourenço da Serra. "Futuramente, esse volume de água também poderá ser utilizado para produção de energia, que é um dos fatores mais problemáticos da região."

Ao contrário do projeto de transposição do Rio Paraíba do Sul, o prefeito de Jacupiranga, que também é membro do Comitê de Bacias Hidrográficas do Vale do Ribeira, haverá cobrança para o uso da água. "Estimamos um faturamento de R$ 6,5 milhões ao ano, que serão distribuídos às 25 cidades da região."

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