Trabalhadores da Comperj ocupam a sede do TRT do Rio de Janeiro (Thomaz Silva/ABr)
Da Redação
Publicado em 9 de março de 2015 às 22h15.
Rio - Após mais de seis horas de negociação, trabalhadores do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), sediado em Itaboraí (Região Metropolitana do Rio), firmaram por volta das 21 horas desta segunda-feira, 9, um acordo para deixar o prédio do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 1ª Região (TRT-1), no centro do Rio.
Uma força-tarefa composta de procuradores do Trabalho e advogados definiu os termos de uma nova ação judicial com pedido de liminar a ser proposta pelo Ministério Público do Trabalho em favor dos operários.
Será a terceira ação impetrada para cobrar salários e benefícios atrasados desde dezembro de 2014 pela Alusa.
Segundo esse acordo, os contratos de trabalho serão rescindidos imediatamente, com data retroativa de 27 de fevereiro, dia anterior à mudança das regras do seguro-desemprego. A liminar deve ser expedida ainda na noite desta segunda-feira pelo juiz que fica de plantão no TRT-1. Com isso, até a próxima sexta-feira os trabalhadores já devem conseguir sacar seu Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e a primeira parcela do seguro-desemprego.
Às 16 horas, manifestantes haviam bloqueado as portas do tribunal e impediram a saída dos servidores. Houve correria e tensão entre operários e seguranças e até um rojão foi lançado por manifestantes dentro do prédio.
Os trabalhadores permitiram que as mulheres saíssem às 19 horas.
Os homens só foram liberados após as 21 horas. Os manifestantes decidiram permanecer no prédio até que a liminar seja expedida.
Petrobras
O Ministério Público do Trabalho também garantiu aos trabalhadores que a ação vai exigir a responsabilização da Petrobras e da Alusa no pagamento de indenizações e a quitação dos salários atrasados.
Os trabalhadores concordaram em aguardar até a manhã desta terça-feira, 10, por uma decisão da Petrobras sobre o reconhecimento de créditos a serem pagos pela estatal à Alusa.
A Petrobras não reconhece supostas dívidas com a empresa, que está em recuperação judicial desde janeiro. A Alusa move ações contra a estatal para cobrar mais de R$ 1,2 bilhão por serviços prestados.
A empresa alega que a petroleira já reconheceu débito de R$ 14 milhões, valor que o MPT propõe que seja usado para quitar parte dos salários atrasados.
O acordo desta noite, que também teve a intermediação dos deputados estaduais Jandira Feghali (PCdoB) e Flávio Serafini (Psol), foi comemorado com euforia pelos manifestantes.