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Tiros na Cracolândia não foram da PM, diz secretário

Na tarde de quinta-feira (23), durante um conflito entre PM e usuários de droga, dois fotógrafos foram baleados

Cracolândia: de acordo com o secretário, para conter o tumulto no local, a polícia usou munição não letal (como bombas e gás) (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Cracolândia: de acordo com o secretário, para conter o tumulto no local, a polícia usou munição não letal (como bombas e gás) (Rovena Rosa/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 24 de fevereiro de 2017 às 17h46.

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho, negou hoje (24) que os tiros que atingiram dois fotógrafos ontem, em uma ação ocorrida na Cracolândia, tenham sido disparados por policiais militares. Segundo o secretário, os tiros foram disparados "na direção dos policiais".

"Só posso afirmar que os tiros foram dados em direção à tropa. Não dá para afirmar quem fez isso. Essa é uma operação que nunca se faria, naquele local, de improviso. Se um dia acontecer, será bem planejada. Não agimos contra usuários", disse Barbosa Filho.

De acordo com o secretário, para conter o tumulto no local, a polícia usou munição não letal (como bombas e gás) "porque o ambiente ficou conturbado".

"Mas não houve registro de alguém que tenha se ferido com o emprego dessa munição não letal", acrescentou.

Além dos fotógrafos, o secretário disse que dois policiais também foram atingidos por balas. "Teve mais gente ferida por bala lá, dois policiais: um tenente ferido com um tiro de raspão e um outro policial que estava com um escudo, que foi alvejado e cujo estilhaço terminou por atingir esse policial", disse o secretário.

Tiros

Durante confronto entre a Polícia Militar e usuários de drogas na região da Cracolândia, dois fotógrafos foram atingidos por tiros.

O repórter fotográfico Dário Oliveira foi ferido com um tiro na coxa. Ele foi socorrido e levado ao Pronto-Socorro da Santa Casa. De acordo com a Associação de Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do estado de São Paulo (Arfoc-SP), o profissional passa bem. Na mesma cobertura, uma bala atingiu a perna de outro profissional, conhecido como Chello. O projétil atingiu o celular que estava no bolso do repórter fotográfico.

De acordo com o secretário, a bala que atingiu o celular de Chello "ia na direção da tropa", mas atingiu o celular do fotógrafo, que estava no bolso, e ricocheteou, atingindo o outro fotógrafo, que estava ao seu lado.

Segundo o secretário, um dos fotógrafos confirmou que a bala ia em direção à tropa. "Ele já esclareceu que a bala veio na direção da tropa. Quem atirou, estamos ainda apurando, mas não foi a tropa quem atirou", disse.

Confronto

A confusão entre a polícia e usuários de drogas começou no início da tarde. Algumas pessoas lançaram pedras contra os policiais e fizeram barricadas com fogo.

A PM usou bombas de gás para dispersar os usuários de drogas na região e a ação provocou correria. Há informações contraditórias sobre o início do conflito.

"Era uma operação policial de rotina. Houve acompanhamento. Tinha um veículo HB20 que recebeu ordem de parada, fugiu e foi acompanhado pela polícia. Os ocupantes desse carro desceram do veículo e foram na direção da área da Cracolândia. Os frequentadores da Cracolândia reagiram à presença do policiamento territorial e investiram contra aqueles policiais e contra uns bombeiros que estavam lá [há um batalhão dos Bombeiros no local]", disse o secretário sobre o episódio, negando que se tratava de uma operação voltada para a Cracolândia.

"Tivemos dois bombeiros feridos também, mas não por bala. Eles [frequentadores da Cracolândia] atiraram paus e pedras nesse pessoal do bombeiro. Houve necessidade de chamar o pessoal da Força Tática e da Guarda Civil Metropolitana que trabalha por ali", explicou.

De acordo com o secretário, duas pessoas que estavam no veículo perseguido pelos policiais foram presas ontem na Cracolândia.

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