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Teste da Coronavac entra no último estágio para comprovar eficácia

O número mínimo de voluntários infectados necessários para saber se a vacina combate o coronavírus foi atingido. Dado deve ser divulgado em dezembro

 (Governo de São Paulo/Divulgação)

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Gilson Garrett Jr

Publicado em 23 de novembro de 2020 às 13h20.

Última atualização em 23 de novembro de 2020 às 14h20.

O teste de eficácia da Coronavac, a vacina contra a covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, atingiu o número mínimo de pessoas infectadas. Com isso, os estudos entraram na última fase de análise para verificar se ela realmente é eficaz contra o coronavírus.

Mais de 10.000 voluntários já receberam a vacina em sete estados brasileiros. A expectativa é que outras 3.000 pessoas ainda sejam incluídas.

Metade recebe a vacina e a outra metade um placebo. O Instituto Butantan estabeleceu que a partir do número mínimo de infectados - 61 casos - os resultados começam a ser analisados individualmente. Ou seja, os pesquisadores passam a analisar se os contaminados estão no grupo vacinado ou no grupo placebo, e verificar se a vacina atingiu o objetivo que é de combater o coronavírus.

"Atingimos o número mínimo de 61 infectados na semana passada, hoje estamos com 74. Nós autorizamos a abertura do estudo clínico. A análise dos casos já se iniciou e, portanto, rapidamente teremos os resultados das análises, que serão submetidas ao Comitê Internacional Independente do estudo para produzir o relatório que será encaminhado à Anvisa brasileira e à China”, disse o diretor do Butantan, Dimas Covas, em entrevista coletiva nesta segunda-feira, 23.

Ainda de acordo com Dimas Covas, a expectativa é concluir esta análise dos casos de infecção na semana que vem.

"A partir deste momento aguardamos a manifestação da Anvisa, das duas [da chinesa e da brasileira], e eventualmente pode acontecer de uma ser mais ágil que a outra, e poderemos ter a aprovação da China ou do Brasil ainda no mês de dezembro", disse Dimas Covas.

Em um estudo revisado por pares publicado no dia 17 de novembro na prestigiada revista The Lancet, foi apontado que a Coronavac, é segura e foi capaz de criar anticorpos em 97% de 700 voluntários que participaram da fase de testes 1 e 2 na China.

Na mês passado, o Butantan revelou dados preliminares da fase 3 de testes da vacina contra a covid-19. Menos de 35% dos voluntários tiveram algum tipo de efeito colateral, e a maior parte foi apenas de uma dor no local da aplicação.

No dia 19 de novembro, as primeiras 120 mil doses da vacina contra a covid-19 chegaram ao Brasil. Este lote é o primeiro de um total de 6 milhões de doses que vão chegar até o fim do ano. Junto com ele, ainda virá matéria-prima para produzir mais 40 milhões de doses, dentro do próprio Butantan. O custo total do contrato é de 90 milhões de dólares.

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