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Tempestade de areia mata 4 pessoas no interior de São Paulo

Fenômeno causou nuvem de fumaça e fogo com rajadas de vento de 80 km por hora; neste sábado, 12 cidades do interior de SP permaneciam sem energia

Tempestade de areia mata 4 pessoas no interior de São Paulo (Reprodução Twitter/Exame)

Tempestade de areia mata 4 pessoas no interior de São Paulo (Reprodução Twitter/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de outubro de 2021 às 15h26.

Última atualização em 6 de outubro de 2021 às 17h46.

Ao menos quatro pessoas morreram e seis ficaram feridas durante tempestades de poeira que atingiram o interior de São Paulo na sexta-feira, 1º. Um homem morreu em Tupã após ser atingido por um muro que caiu com a força do vento. Outras três pessoas morreram ao serem envolvidas pela nuvem de fumaça e fogo que se levantou quando o temporal atingiu um pasto em chamas, em Santo Antônio do Aracanguá, perto de Araçatuba.

A segunda tempestade de areia em uma semana - o fenômeno já havia castigado o interior no último domingo, 26 - deixou também cidades paulistas sem energia e em estado de emergência. Em Tupã, o fenômeno chegou com rajadas de vento que derrubaram um muro de uma obra no bairro Reserva Tupã. O trabalhador Fábio Alex Marques Castro, de 42 anos, foi atingido pelos escombros. Levado com ferimentos graves para a Santa Casa da cidade, ele não resistiu. Seu corpo foi velado neste sábado, 2, e sepultado no Cemitério da Saudade.

Conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as rajadas que levantaram nuvens densas de poeira em várias regiões do interior atingiram mais de 80 quilômetros por hora. A tempestade de areia, conhecida como "haboob", é causada por temporais de chuva com ventos fortes que, ao entrarem em contato com o solo muito seco, encontram resquícios de queimada, poeira e vegetação. Isso acaba criando um "rolo compressor" de sujeira que pode chegar a até 10 quilômetros de altura.

Em Santo Antônio de Aracanguá, funcionários de uma usina e uma fazenda usavam tratores e caminhões-pipa no combate a uma grande queimada quando uma forte ventania atingiu a propriedade, levantando uma nuvem de poeira, fumaça e fogo. Parte das equipes não teve tempo de se abrigar e foi envolvida pela tempestade. Três pessoas - dois funcionários de uma usina e um dos proprietários da fazenda - morreram.

Outras cinco pessoas tiveram ferimentos, queimaduras ou passaram mal por causa da fumaça, sendo levadas para hospitais da região. Além deles, uma mulher ficou ferida após ser atingida pela queda parcial de um telhado, no sábado, em Dracena.

Conforme o diretor de obras da prefeitura de Santo Antônio, Genival Francisco Moreira, o fogo na fazenda estava quase controlado quando a ventania forte avivou as chamas e levantou a nuvem. Ele contou à Polícia Civil que as pessoas ficaram perdidas dentro da fuligem em chamas e da poeira. Uma das vítimas estava em um trator que foi carbonizado. Cerca de 20 bois da fazenda também morreram queimados ou asfixiados pela fumaça. Um inquérito policial vai apurar as causas do incêndio e das mortes.

Ventos estragam escolas e afetam aulas - Os temporais com ventos fortes levaram à interdição de quatro casas pela Defesa Civil de Presidente Prudente. Os imóveis ficaram avariados, com risco de desabamento. A prefeitura encaminhou os moradores para um abrigo. A Secretaria de Educação local suspendeu as aulas presenciais na próxima segunda-feira, 4, por causa dos estragos causados pela tempestade nos prédios escolares.

Até o início da tarde deste sábado, 12 cidades da região estavam com abastecimento de água prejudicado por causa da falta de energia, segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Redes de comunicação por internet e telefonia também estavam fora do ar.

A prefeitura de Osvaldo Cruz decretou situação de emergência em decorrência dos estragos. “O município, tanto nas zonas urbana como rural, foi duramente castigado pelo fortíssimo vendaval em situação de anormalidade, culminando com a falta de energia elétrica e abastecimento de água, sem previsão de restabelecimento”, informa o decreto.

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