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Temer viajou em helicóptero de empresa alvo na Lava Jato

Presidente usou helicóptero para viajar de São Paulo até Tietê, sua cidade natal no interior paulista

Michel Temer: Presidente disse ser amigo do empresário dono do helicóptero (Beto Barata/PR/Fotos Públicas)

Michel Temer: Presidente disse ser amigo do empresário dono do helicóptero (Beto Barata/PR/Fotos Públicas)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de junho de 2017 às 12h45.

Brasília - O presidente Michel Temer usou o helicóptero Bell prefixo PR-VDN, do empresário Vanderlei de Natale, em 2014, para viajar de São Paulo até Tietê, sua cidade natal no interior paulista. Natale é um dos sócios da Construbase Engenharia, investigada na Operação Lava Jato por suspeita de irregularidades em uma licitação da Petrobrás e responsável por pagamentos de R$ 1,9 milhão para um empresa de fachada investigada por ser usada para escoar propina na obra da Usina de Angra 3, em Angra dos Reis, no Rio.

A viagem, realizada em 9 de março daquele ano, foi revelada pelo jornal Zero Hora. A aeronave está em nome da Juquis Agropecuária - assim como a Construbase, a empresa tem Natale como sócio.

Questionado pelo Estado, Temer confirmou que usou o helicóptero e disse ser amigo de Natale. Sobre a Construbase, Temer informou que não mantém relação com a empresa nem tinha conhecimento da investigação na Lava Jato.

A Construbase aparece na quebra de sigilo da empresa de fachada CG Consultoria que, segundo o Ministério Público Federal, teria escoado propina para o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear, em razão da licitação de Angra 3. Na lista do MPF, são apresentados 35 repasses entre 2009 e 2012.

No caso da Usina de Angra 3, no qual a CG Consultoria é investigada, o MPF também apura os repasses para a empresa Argeplan, do coronel da Polícia Militar e amigo de Temer José Bapstita Lima Filho.

Contrato. A empresa finlandesa AF foi a vencedora de um contrato de R$ 162 milhões na Eletronuclear e, por exigência brasileira, subcontratou duas empresas locais: a Engevix e a AF Brasil - da qual a Argeplan faz parte. Lima era gestor do contrato com a Eletronuclear, pela parte da Argeplan. O contrato foi assinado em 2012 para serviços de eletromecânica.

A Construbase foi procurada, mas não respondeu ao Estado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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