O vice-presidente brasileiro, Michel Temer: o político defende a manutenção do voto obrigatório, já que a descrença da população na política levaria a uma grande abstenção em eleições e não daria legitimidade aos eleitos (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 28 de abril de 2015 às 12h34.
Brasília - Em participação em audiência na Comissão de reforma política da Câmara nesta terça-feira, 28, o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB-SP), conclamou os parlamentares a fazerem uma reforma política no Brasil, mesmo que não seja a que é defendida por ele e seu partido.
"Quem tem aproximação de teses, junte as teses. Nem que seja para aprovar um sistema misto. Muito acima da minha posição, está o interesse do País", disse, cobrando a aprovação de um projeto até o final do ano. Segundo ele, a sociedade vai cobrar do Congresso caso isso não aconteça. "Vim para incentivá-los, se é que precisam de incentivo".
O vice-presidente defendeu que os deputados não tentem fazer uma reforma política completa, considerada por ele como difícil. Temer disse que os partidos devem escolher "três ou quatro temas" para alterações.
"Se quisermos fazer uma reforma política com 12 temas, não vamos chegar a lugar nenhum", advertiu o peemedebista. Na opinião dele, pode haver outras reformas políticas, mexendo em outro temas, "daqui quatro ou cinco anos".
Temer fez discurso em defesa do voto majoritário, princípio do modelo distritão, defendido por ele e pelo PMDB, onde os deputados mais votados são eleitos. Apesar disso, o peemedebista disse que sua posição contra o voto em lista "não é conceitual", mas conjuntural. "Nossos partidos perderam identidade programática", disse Temer, fazendo uma autocrítica, já que comanda o PMDB por mais de uma década.
O peemedebista defendeu ainda o voto obrigatório, apesar de ser "conceitualmente" a favor do voto facultativo. Ele acredita que a "descrença" do brasileiro com a política levaria a uma grande abstenção e não daria legitimidade ao eleito.