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Temer descarta antecipar reforma ministerial, em abril

A saída do ministro da Indústria, Marcos Pereira, ontem (3), foi a terceira baixa ministerial do governo em menos de um mês

Governo Temer: Cristiane Brasil, filha de Roberto Jefferson, chegou ao ministério Trabalho ontem (3) (Beto Barata/PR/Divulgação)

Governo Temer: Cristiane Brasil, filha de Roberto Jefferson, chegou ao ministério Trabalho ontem (3) (Beto Barata/PR/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de janeiro de 2018 às 08h18.

Brasília - O presidente Michel Temer confirmou a escolha da filha do ex-deputado Roberto Jefferson, Cristiane Brasil (PTB-RJ), como nova ministra do Trabalho. Condenado no mensalão, Jefferson chegou a chorar ao falar que a nomeação da filha "resgata" a imagem da família.

Enquanto Cristiane chegava ao ministério de Temer, o ministro Marcos Pereira (Indústria, Comércio e Serviços), que comanda o PRB, pedia demissão. A saída de Pereira foi a terceira baixa ministerial em menos de um mês do governo. Apesar das trocas, o Palácio do Planalto afirma que não vai antecipar a reforma no primeiro escalão, prevista para abril.

Cristiane Brasil substituirá Ronaldo Nogueira (PTB-RS) que pediu demissão no último dia 27. Em dezembro, antes da saída de Nogueira, foi exonerado do governo o tucano Antônio Imbassahy (BA), da Secretaria de Governo. Imbassahy sofria pressão de seu partido e do Centrão para deixar o posto. Foi substituído por Carlos Marun (PMDB-MS).

O nome de Cristiane para o Trabalho foi confirmado após reunião no Palácio do Jaburu entre Temer e Roberto Jefferson, que também é presidente do PTB. O pai de Cristiane chorou ao sair do encontro. Ele afirmou que a nomeação representa um "resgate" do nome da família. "É o orgulho, a surpresa, a emoção que me dá. É o resgate, sabe? É um resgate. (O mensalão) já passou. Fico satisfeito."

Segundo o petebista, a sugestão saiu "da cabeça" de Temer e precisou ser referendada pelo líder do partido, Jovair Arantes (PTB-GO). Cristiane teve que abrir mão da campanha à reeleição.

"O nome dela surgiu. Não foi uma indicação. Estávamos conversando eu, o presidente Temer e o ministro Padilha, e surgiu o nome da Cristiane Brasil. (O presidente) falou: 'Roberto, e a Cristiane? Por que não a Cristiane?'. Aí foi da cabeça do presidente. 'Ela é uma menina experimentada, foi secretária municipal em vários governos na cidade do Rio'. Falei: presidente, aí o senhor me surpreende. Eu vou ter que consultar. Liguei para ela e ela disse 'pai, eu aceito'", relatou Jefferson.

A posse será na próxima semana. Jefferson já havia tentado emplacar Cristiane como ministra, mas ela foi preterida na Cultura por Sérgio Sá Leitão. Ela foi indicada pelo PTB depois de Temer barrar o deputado Pedro Fernandes (PTB-MA), aliado do governador Flávio Dino (PC do B-MA).

Segundo Jefferson, o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) cobrou de Temer que ele vetasse o nome de Fernandes, o que ele nega. "Essas coisas ficam no passado. Falei com o deputado Pedro Fernandes e não tem ressentimento", disse Jefferson.

O PRB ainda não indicou um substituto para Pereira, mas deve manter a vaga. Em carta, o ex-ministro e bispo da Igreja Universal rejeitou convite de Temer para permanecer até o fim do governo. "Preciso deixar o ministério para cuidar de questões pessoais e partidárias", escreveu.

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que os ministros que pretendem deixar o governo por causa das eleições sairão de forma paulatina, negociada com Temer. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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