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Temer não se manifesta sobre massacre em presídio de Manaus

Segundo auxiliares do presidente, ele está sendo informado sobre o assunto e conversou diversas vezes com o ministro da Justiça

Temer: ele também já falou por telefone com o governador do Amazonas (Paulo Whitaker/Reuters)

Temer: ele também já falou por telefone com o governador do Amazonas (Paulo Whitaker/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de janeiro de 2017 às 20h44.

Brasília - Diferente do que fez com o caso da chacina em Campinas (SP) na noite do ano-novo, quando usou a sua conta do Twitter para lamentar o episódio, o presidente Michel Temer ainda não fez nenhuma manifestação oficial sobre o massacre no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, o Compaj, em Manaus (AM), que culminou com a morte de 56 detentos.

Segundo auxiliares do presidente, ele está sendo informado sobre o assunto e conversou diversas vezes com o ministro da Justiça, Alexandre Moraes, que foi no fim da tarde para Manaus acompanhar o caso, e não há previsão de que Temer faça algum tipo de manifestação.

Ele também já falou por telefone com o governador do Amazonas, José Melo de Oliveira, e reforçou a disposição do governo em ajudar no que "for preciso para solucionar o caso".

Fontes do Planalto minimizam a falta de posicionamento do presidente e dizem que ele sabe que o caso "é complexo" e que é diferente do episódio em Campinas que se tratava de uma "tragédia familiar".

"Neste caso, é um episódio de Segurança Pública, que exige mobilização das forças de inteligência, é mais complexo", disse uma fonte.

A ordem de Temer é que Moraes acompanhe o caso de perto e tome as providências necessárias, o que deve incluir a transferência de presos para complexos federais.

Além disso, segundo fontes do Planalto, o presidente designou que toda a inteligência de segurança nacional contribua para solucionar a crise.

Caso o Estado solicite reforço da Força Nacional, por exemplo, o governo já sinalizou de que atenderá à demanda.

Apontada como a terceira maior facção do País, atrás apenas do PCC e do Comando Vermelho, a Família do Norte (FDN) do Amazonas matou 56 detentos no Compaj. As mortes estão relacionadas com a disputa entre a FDN e o PCC.

De acordo com interlocutores do presidente, em outubro, quando o presidente comandou a reunião para discutir a segurança pública no País com chefe dos demais poderes no Itamaraty, o ministro da Justiça e o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, fizeram exposições sobre a situação das facções nos presídios brasileiros e alertaram para o risco de briga entre os grupos.

A gravidade da situação nos presídios e da disputa entre as facções foi bastante explicitada. Apesar disso, segundo fontes, uma "rebelião dessa dimensão obviamente pega todo mundo de surpresa".

O Planalto também minimiza a ausência de posicionamento oficial do presidente destacando que na semana passada o governo autorizou o repasse aos Estados de R$ 1,2 bilhão do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen), justamente consciente da necessidade de corrigir problemas nos presídios brasileiros.

No Twitter

Ontem no início da tarde, Temer lamentou, em sua conta no Twitter, as mortes ocorridas em Campinas, pouco antes da virada do ano.

"Lamentamos profundamente as mortes ocorridas em Campinas. Manifestamos nosso pesar junto às famílias. Que 2017 seja um ano de mais paz!", escreveu o presidente.

Apesar de argumentarem que o Twitter é algo extraoficial, hoje na página pessoal do presidente, pelo menos até o momento, há seis postagens destacando ações do governo, como um vídeo com o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, destacando que o FGTS "terá rendimento próximo ao da caderneta de poupança".

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