Brasil

Temer diz que terá autonomia após encontro com Lula

Recém-nomeado como novo articulador político, o vice-presidente garantiu que recebeu autonomia de Dilma para conduzir a articulação com o Congresso


	O vice-presidente Michel Temer: Temer reuniu-se com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tratar da reforma política
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

O vice-presidente Michel Temer: Temer reuniu-se com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tratar da reforma política (Ueslei Marcelino/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de abril de 2015 às 19h27.

S ão Paulo- Recém-nomeado como novo articulador político do governo, o vice-presidente Michel Temer garantiu nesta quinta-feira que recebeu da presidente Dilma Rousseff autonomia para conduzir a articulação política do Executivo com o Congresso Nacional e disse que ela lhe pediu para "ajudar a governar".

Temer reuniu-se nesta quinta em São Paulo com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tratar da reforma política e disse que também vai se encontrar com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, para tratar do assunto.

Em entrevista após o encontro com Lula, Temer foi questionado por jornalistas se terá autonomia para fazer nomeações como novo articulador político do governo.

"A presidenta me deu poderes para tanto. Evidentemente que eu sempre conversarei com ela. Eu planejarei essas fórmulas e trocarei ideias com ela, afinal ela é a presidenta da República. Mas eu tenho autonomia para fazer todos os levantamentos, todos os estudos", disse Temer.

"Eu sou vice-presidente da República. Quando a presidente me pediu ela disse 'olha, nós somos parceiros, você vai me ajudar a governar'. E é isso que eu estou fazendo." Mais cedo, no Rio de Janeiro, a presidente fez elogios à "imensa capacidade" de construir consensos de seu vice. Disse ainda que "a autonomia está dada (a Temer), porque ele integra o governo e não é estranho ao governo".

O novo articulador de Dilma, que é presidente do PMDB, também comentou sobre os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Temer chamou ambos de "companheiros" e "amigos" e disse que o Executivo não governa sozinho e que conta com a ajuda do Congresso.

Cunha e Renan têm dado dor de cabeça ao governo no Congresso desde o início do segundo mandato de Dilma. Renan, por exemplo, devolveu uma medida provisória ao Executivo, e Cunha presidiu votações de matérias que desagradam o Palácio do Planalto.

Temer disse ainda que estudará na semana que vem a possibilidade de se licenciar do comando partidário e que tem tratado desse assunto.

Caso ele volte a se licenciar do cargo, o posto deve ser novamente passado ao senador Valdir Raupp (RO), primeiro vice-presidente do PMDB.

REFORMA POLÍTICA

Temer disse que Lula mostrou-se empolgado com a conversa sobre a reforma política e que o ex-presidente disse, inclusive, estar disposto a ir a Brasília tratar do assunto com lideranças políticas, se necessário.

O vice-presidente disse ainda que se reunirá com Fernando Henrique para tratar do assunto e que telefonou para o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), para discutir o tema, assim como tem conversado com o presidente do PT, Rui Falcão.

Ele afirmou que a reforma política é uma necessidade, mas que caberá ao Congresso Nacional decidir que reforma será realizada.

Lideranças do PMDB, como Cunha, divergem em alguns pontos da reforma política defendida pelo PT. Entre os principais pontos de divergência está o modelo de financiamento de campanhas eleitorais. Os petistas querem o financiamento público, enquanto Cunha é favorável ao financiamento empresarial. (Por Eduardo Simões)

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffMDB – Movimento Democrático BrasileiroMichel TemerPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Senado aprova autonomia na gestão financeira da PPSA, a estatal do pré-sal

Assassinato de delator do PCC é 'competência do estado', afirma Lewandowski

Alesp aprova proibição de celulares em escolas públicas e privadas de SP

Geração está aprendendo menos por causa do celular, diz autora do PL que proíbe aparelhos em escolas