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Temer diz que planilha levada aos autos da Lava Jato é falsa

A Polícia Federal encontrou uma planilha na sede da empreiteira Camargo Correa, com nome de políticos. O nome de Temer aparece duas vezes

Vice-presidente Michel Temer participa de reunião com deputados federais eleitos, em Brasília (José Cruz/Agência Brasil)

Vice-presidente Michel Temer participa de reunião com deputados federais eleitos, em Brasília (José Cruz/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2014 às 15h09.

Última atualização em 11 de outubro de 2016 às 11h42.

São Paulo - O vice-presidente Michel Temer (PMDB) reiterou nesta quarta-feira, 10, o ser falso o documento em que apareceu seu nome associado a valores de recursos desviados e que foi incorporado aos autos da Operação Lava Jato.

A Polícia Federal encontrou uma planilha na sede da empreiteira Camargo Correa, com nome de políticos. O nome de Temer aparece duas vezes, cada uma ao lado do valor de US$ 40 mil. "É uma coisa realmente espantosa", disse.

"Eu fico, não vou dizer que fico enojado, porque seria muito grave, mas ela (a planilha) é absolutamente falsa. Inclusive é interessante que cita deputados de uma época em que eu não era deputado", disse ao deixar um evento na capital paulista.

Entre outros políticos cujos nomes aparecem na planilha estão Mário Covas (PSDB), já morto e que foi governador de São Paulo entre 1994 e 2001, do também falecido deputado federal pelo PMDB nos anos 1990 e depois prefeito de Araçatuba pelo então PFL, Jorge Maluly Netto, e de José Aníbal (PSDB), então deputado e hoje suplente do senador eleito por São Paulo José Serra (PSDB).

Temer repetiu a resposta que havia dado através de sua assessoria de imprensa, de que jamais teve qualquer emenda parlamentar destinada às cidades de Araçatuba ou Praia Grande, como referido no documento apreendido.

"No passado, já houve uma coisa dessas e eu interpelei judicialmente. Recebi uma declaração do então advogado da Camargo Correa, que era nosso querido Marcio Thomaz Bastos, dizendo que não havia absolutamente nada", disse Temer em relação à apreensão de uma planilha que continha o nome de Temer durante a operação Castelo de Areia, em 2009, operação que acabou arquivada.

Em sua defesa, o vice-presidente argumentou ainda que o seu nome foi grafado de forma errada, aparece como "Michel Themer", no documento. "Acho que as pessoas sabem meu nome, né?"

Questionado se teria um palpite sobre a origem do documento, Temer começou a responder mas interrompeu sua própria fala.

"Não sei, só pode ser de... Aí eu não sei dizer, não quero dizer nada em relação a diretores da Camargo Correa, mas acho que é de uma irresponsabilidade sem tamanho."

A planilha foi apreendida e juntada aos autos da Lava Jato, mas a Polícia Federal não fez qualquer análise do documento, por terem os citados e ainda vivos foro privilegiado.

Afastamento de diretores

Sobre a fala do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sugerindo o afastamento de toda a diretoria da Petrobras, Temer disse considerar importante o papel firme do procurador.

Apesar dessa ressalva, disse que a fala de Janot pode ser levada em consideração, mas que a decisão é do Executivo federal.

Temer fez ainda uma observação em favor da presidente da estatal, Graça Foster. "O que tem se dito até agora é que não há responsabilidade, pelo menos, da presidente Graça Foster."

Anistia

Michel Temer confessou ainda não ter tido tempo de ler o relatório da Comissão Nacional da Verdade, entregue hoje à presidente Dilma Rousseff.

Perguntado sobre o que acha da possibilidade de se rever a Lei de Anistia, disse apenas achar que "mexer no passado é uma coisa um pouco complicada". Mas disse que examinará o documento produzido pela CNV em detalhe assim que for possível.

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