Temer diz que mudará comunicação para mostrar nova Previdência
Afirmação foi feita pelo presidente durante um café da manhã com deputados da bancada paulista
Reuters
Publicado em 10 de maio de 2017 às 13h56.
Brasília- O presidente Michel Temer afirmou nesta quarta-feira em café da manhã com deputados da bancada paulista que o governo vai mudar as peças publicitárias que têm veiculado a respeito da reforma da Previdência para mostrar que a proposta --que passou pela comissão especial da Câmara e agora vai ao plenário da Casa-- é um novo texto mais palatável para a população.
Temer fez essa consideração, após queixa apresentada pelo deputado Gilberto Nascimento (PSC) no encontro. O parlamentar defendeu que o governo amplie a sua comunicação e lembrou que o texto original passou a percepção de ser "muito duro".
Segundo relato feito da reunião à Reuters pelo coordenador da bancada estadual no Congresso, deputado Luiz Lauro Filho (PSB), Nascimento argumentou que na política, às vezes, "a imagem que se passou é a que fica.
Houve quem comparasse a situação com as dúvidas que foram levantadas para a aposentadoria após a adoção da fórmula 85/95, aprovada ainda no governo da ex-presidente Dilma Rousseff.
Segundo um deputado, pessoas passaram a achar que precisariam trabalhar até os 85 anos para se aposentar --na verdade, o número corresponde a uma soma da idade da pessoa e do tempo de contribuição.
O presidente, segundo o relato, concordou com a sugestão e disse que vai trabalhar para aumentar a "transparência" e a "comunicação" do governo.
No encontro, com a presença de cerca de metade dos 70 deputados da bancada paulista, Temer disse que trabalha para deixar um legado de grandes feitos, citando particularmente o teto de gastos públicos e a reforma do ensino médio.
Na reunião realizada no Palácio do Jaburu, o presidente não pediu votos aos deputados de São Paulo para aprovar a reforma da Previdência. A bancada estadual, contudo, é um motivo de preocupação para o governo, uma vez que, quando da votação da reforma trabalhista, deu 21 votos contra e 46 a favor dos 67 votantes.
Por ora, o governo não tem os 308 votos mínimos para aprovar a proposta de emenda constitucional (PEC) da reforma da Previdência no plenário da Câmara. A reforma deverá ir à votação entre o final de maio e início de junho.
Lauro Filho disse que o encontro com Temer e a bancada havia sido solicitado por ele mesmo, que assumiu oficialmente a coordenação dos parlamentares paulistas na semana passada.
Para o coordenador, foi um "encontro simbólico" por permitir a aproximação do presidente --um ex-parlamentar por São Paulo-- e os deputados.