Brasil

Tebet: Não consultei presidente Lula sobre empréstimo do CAF à Argentina

Ministra disse que houve uma demanda por um empréstimo de US$ 1 bilhão para o país vizinho e pedido que foi votado por 21 países

Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento do Brasil  (Diogo Zacarias/ Ministério da Fazenda/Flickr)

Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento do Brasil (Diogo Zacarias/ Ministério da Fazenda/Flickr)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 4 de outubro de 2023 às 17h25.

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou que ela não consultou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tomar a decisão de votar favoravelmente a um empréstimo de US$ 1 bilhão feito pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) à Argentina.

Ela foi questionada sobre o empréstimo ao País vizinho pelo deputado Vicentinho Junior, durante audiência pública na Comissão Mista de Orçamento para discussão do Plano Plurianual (PPA).

Fique por dentro das últimas notícias no WhatsApp da Exame. Inscreva-se aqui 👉 https://t.ly/6ORRo

"Acordei surpresa. Não é que eu não fui consultada, eu que não consultei o presidente Lula. O presidente Lula não me ligou, não entrou em contato comigo, porque é natural: eu sou governadora desse banco", respondeu a ministra. Ela ressaltou que o Brasil tem participação no CAF e que a instituição se reúne como um banco para ajudar os países da América Latina, incluindo o Brasil, seus Estados e municípios.

Tebet relatou que houve uma demanda por um empréstimo de US$ 1 bilhão para a Argentina por um período de dez dias, pedido que foi votado por 21 países. "Minha secretária, por minha determinação, foi autorizada a votar favoravelmente, como 20 de 21 países votaram favoravelmente. Todos os países que fazem parte do CAF, esse banco que não é nosso, não tem dinheiro federal, e foi aprovado (o pedido de empréstimo)", afirmou.

A ministra ressaltou que a Argentina já quitou o empréstimo e não deve nada ao CAF. Ela ainda justificou que pesou para a decisão do Brasil ao aprovar o empréstimo o fato de a Argentina ser o terceiro maior parceiro comercial do País e que, sim, há uma preocupação com a situação do país vizinho. "Esse processo é comum. Sou governadora de alguns bancos, temos processos e pedidos diários, como nós pedimos também. Não é nada incomum, é muito natural", reiterou.

Mais cedo, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência divulgou nota para dizer que a operação teve como único objetivo "ajudar o país com escassez de reservas". A informação sobre o empréstimo-ponte concedido à Argentina para que o Fundo Monetário Internacional (FMI) pudesse liberar um desembolso de US$ 7,5 bilhões ao país vizinho foi revelada pelo Estadão. O Brasil agiu porque, a rigor, o país vizinho não poderia mais ter acesso aos recursos, uma vez que já havia esgotado o limite de crédito.

A nota da Secom diz que "diferentemente do que vem sendo repercutido" (pela imprensa), o empréstimo não teve intervenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O comunicado afirma, ainda, que Lula não conversou sobre o empréstimo com a ministra do Planejamento, Simone Tebet. Segundo revelou a colunista Vera Rosa, Tebet deu o aval à operação após pedido do presidente.

Acompanhe tudo sobre:Simone-TebetArgentinaLuiz Inácio Lula da SilvaFMI

Mais de Brasil

PF indicia Bolsonaro, Heleno, Braga Netto e mais 34 pessoas por tentativa de golpe de Estado

Lula comenta plano golpista para matá-lo: 'A tentativa de me envenenar não deu certo'

Às vésperas da decisão no Congresso, EXAME promove webinar sobre a regulação da reforma tributária

Governo Tarcísio é aprovado por 68,8% e reprovado por 26,7%, diz Paraná Pesquisas